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FÁTIMA BERNARDES DEIXA JORNAL NACIONAL (ELA SAIU OU SAÍRAM COM ELA?)

Posted by Liberdade Aqui! em 03/12/2011

DO ESCREVINHADOR

Bastidores da troca no “JN”

por Rodrigo Vianna

A Globo confirma a saída de Fátima Bernardes do “JN”. No lugar dela deve entrar Patrícia Poeta – atual apresentadora do “Fantástico”.

Fiz hoje pela manhã – no twitter e no facebook – algumas observações sobre a troca; observações que agora procurarei consolidar nesse post. Vejo que há leitores absolutamente céticos: “ah, essa troca não quer dizer nada”. Até um colunista de TV do UOL, aparentemente mal infomado, disse o mesmo. Discordo.

Primeiro ponto: a Patrícia Poeta é mulher de Amauri Soares. Nem todo mundo sabe, mas Amauri foi diretor da Globo/São Paulo nos anos 90. Em parceria com Evandro Carlos de Andrade (então diretor geral de jornalismo), comandou a tentativa de renovação do jornalismo global. Acompanhei isso de perto, trabalhei sob comando de Amauri. A Globo precisava se livrar do estigma (merecido) de manipulação – que vinha da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89.

Amauri fez um trabalho muito bom. Havia liberdade pra trabalhar. Sou testemunha disso. Com a morte de Evandro, um rapaz que viera do jornal “O Globo”, chamado Ali Kamel, ganhou poder na TV. Em pouco tempo, derrubou Amauri da praça São Paulo.

Patrícia Poeta no “JN” significa que Kamel está (um pouco) mais fraco. E que Amauri recupera espaço. Se Amauri voltar a mandar pra valer na Globo, Kamel talvez consiga um bom emprego no escritório da Globo na Sibéria, ou pode escrever sobre racismo, instalado em Veneza ao lado do amigo (dele) Diogo Mainardi.

Conheço detalhes de uma conversa entre Amauri e Kamel, ocorrida em 2002, e que revelo agora em primeira mão. Amauri ligou a Kamel (chefe no Rio), pra reclamar que matérias de denúncias contra o governo, produzidas em São Paulo, não entravam no “JN”. Kamel respondeu: “a Globo está fragilizada economicamente, Amauri; não é hora de comprar briga com ninguém”. Amauri respondeu: “mas eu tenho um cartaz, com uma frase do Evandro aqui na minha sala, que diz – Não temos amigos pra proteger, nem inimigos para perseguir”. Sabem qual foi a resposta de Kamel? “Amaury, o Evandro está morto”.

Era a senha. Algumas semanas depois, Amauri foi derrubado.

Kamel foi o ideólogo da “retomada consevadora” na Globo durante os anos Lula. Amauri foi “exilado” num cargo em Nova Yorque. Patrícia Poeta partiu com ele. Os dois aproveitaram a fase de “baixa” pra fazer “do limão uma limonada”. Sobre isso, o Marco Aurélio escreveu, no “Doladodelá”.

Alguns anos depois, Amauri voltou ao Brasil para coordenar projetos especiais; Patrícia Poeta foi encaixada no “Fantástico”. Só que Amauri e Kamel não se falavam. Tenho informação segura de que, ainda hoje, quando se cruzam nos corredores do Jardim Botânico, os dois se ignoram. Quando são obrigados a sentar na mesma mesa, em almoços da direção, não dirigem a palavra um ao outro. Amauri sabe como Kamel tramou para derrubá-lo.

Pois bem. Já há alguns meses, logo depois da eleição de 2010, recebemos a informação de que Ali Kamel estava perdendo poder. Claro, manteria o cargo e o status de diretor, até porque prestou serviços à família Marinho – que pode ser acusada de muita coisa, mas não de ingratidão.

Otavio Florisbal, diretor geral da Globo, deu uma entrevista ao UOL no primeiro semestre de 2011 dizendo que a Globo não falava direito para a classe C (o Brasil do lulismo). Por isso, trocou apresentadores tidos como “elitistas” (Renato Machado saiu pra dar lugar ao ótimo Chico Pinheiro – aliás, também amigo de Amauri). A  Globo do Kamel não serve mais.

Lembremos que, desde o começo do governo Lula, a Globo de Kamel implicava com o “Bolsa-Família”. Kamel é um ideólogo conservador. Por isso, nós o chamávamos de “Ratzinger” na Globo. É contra quotas nas universidades, acha que racismo não existe no Brasil. Botou a Globo na oposição raivosa, promoveu a manipulação de 2006 na reeleição de Lula (por não concordar com isso, eu e mais três ou quatro colegas fomos expurgados da Globo em 2006/2007). E promoveu a inesquecível cobertura da “bolinha de papel” em 2010 – botando o perito Molina no “JN”. Nas reuniões internas do “comitê” global, ao lado de Merval Pereira, tentava convencer os irmãos Marinho dos “perigos” do lulismo.

Lula sabe o que Kamel aprontou. Tanto que no debate do segundo turno, em 2006, nem cumprimentou Kamel quando o viu no estúdio da Globo. Isso me contou uma amiga que estava lá.

Os irmãos Marinho parecem ter percebido que Kamel os enganou. O lulismo, em vez de perigo, mudou o Brasil pra melhor. Mais que isso: a Globo agora precisa de Dilma para enfrentar as teles, que chegam com muito dinheiro e apetite para disputar o mercado de comunicação. Kamel já não serve para os novos tempos. Assim como os “pitbulls” Diogo Mainardi e Mario Sabino não servem para a “Veja”.

Dilma buscou os donos da mídia, passada a eleição, e propôs a “normalização” de relações. O governo seguiu apanhando, na área “ética” – é verdade. O que não atrapalha a imagem de Dilma. Há quem veja na tal “faxina” um jogo combinado entre a presidenta e os donos da mídia. Será? Dilma tiraria as “denúncias” de letra (o custo ficaria para Lula e os aliados). Do outro lado, os “pitbulls” perderiam terreno na mídia. É a tal “normalização”. Considero um erro estratégico de Dilma. Mas quem sou eu pra achar alguma coisa. O fato é que a estratégia hoje é essa!

Patricia Poeta no “JN” parece indicar que a “normalização” passa por Ali Kamel longe do dia-a-dia na Globo (ele ainda tenta manobrar aqui e ali, mas já sem a mesma desenvoltura). Isso pode ser bom para o Brasil.

Não é coincidência que a Globo tenha permitido, há poucos dias, aquela entrevista do Boni admitindo manipulação do debate de 89. A entrevista (feita pelo excelente jornalista Geneton de Moraes Neto) foi ao ar na “Globo News”. Alguém acha que iria ao ar sem conhecimento da família Marinho? Isso não acontece na Globo!

Durante os anos de poder total de Kamel, a Globo tentou “reescrever” o passado – em vez de reconhecer os erros. Kamel chegou a escrever artigo hilário, tantando negar que a Globo tenha manipulado a cobertura das Diretas. Virou piada. Até o repórter que fez a “reportagem” em 84 contou pros colegas na redação (eu estava lá, e ouvi) – “o Ali é louco de tentar negar isso; todo mundo viu no ar”.

Ali Kamel nega o racismo, nega a manipulação, nega a realidade. Freud explica.

Agora, Boni reconhece que a Globo manipulou em 89. Isso faz parte do movimento de “normalização”. O enfraquecimento de Kamel também faz.

Tudo isso está nos bastidores da troca de apresentadores do “JN”. Mas claro que há mais. Há a estratégia televisiva, pura e simples. Fátima Bernardes deve comandar um programa matutino na Globo. As manhãs são hoje o principal calcanhar de aquiles da emissora carioca. A Record ganha ou empata todos os dias. Com o “Fala Brasil”, e com o “Hoje em Dia”. Ana Maria Braga não dá mais conta da briga – apesar de ainda trazer muita grana e patrocinadores.

Fátima deve ter um novo programa nas manhãs. Ana Maria será mantida. Até porque na Globo as mudanças são sempre lentas – como no Comitê Central do PC da China. A Globo é um transatlântico que se manobra lentamente.

Se a Fátima emplacar, pode virar uma nova Ana Maria. O programa dela deve contar com outras estrelas globais (Pedro Bial, quem sabe?).

A mudança de apresentadores tem esse duplo sentido: enfraquecimento de Kamel (que continuará a ter seu camarote no transatlântico global, mas talvez já não frequente tanto a cabine de comando); e estratégia pra recuperar audiência nas manhãs.

A conferir.

 

Leia outros textos de Radar da Mídia

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“Injustiça que se faz a um é ameaça que se faz a todos”

Posted by Liberdade Aqui! em 20/11/2011

Por Eduardo Guimarães, em seu blog

Quando isenção é tomar partido

Se jornalistas insultarem e caluniarem políticos sem prova alguma for sinônimo de liberdade de imprensa, o Brasil deve ser a pátria do jornalismo livre. Isso porque na imprensa brasileira o que mais se vê são colunistas furiosos com políticos acusados de corrupção aos quais chegam a tratar como condenados em última instância.

Aliás, vale lembrar que nem sendo inocentados pela Justiça os políticos dos quais a mídia não gosta passam a ser tratados como inocentes, sendo considerados culpados mesmo após a absolvição. José Dirceu, por exemplo, já foi inocentado de algumas acusações e a imprensa publicou as decisões da Justiça em pés de página, sem o destaque dado à acusação.

Todavia, caso recente ilustra bem como essa indignação do colunismo pátrio não passa de politicagem rasteira, verdadeira “pistolagem” contratada por certos políticos para atacarem seus adversários. O caso em tela é o do escândalo de centenas de milhões de reais envolvendo a construção da linha 5 do metrô de São Paulo.

O valor da roubalheira: R$ 300 milhões.

Porém, o assunto não causa a esses colunistas uma fração sequer da indignação que o ministro do Trabalho – só para ficarmos no alvo mais recente – vem lhes causando sob a acusação de ter voado em um jatinho supostamente providenciado pelo presidente de uma ONG acusada de corrupção.

Apesar de a decisão da Justiça de determinar a demissão do presidente do metrô paulistano ter derivado de uma iniciativa do jornal Folha de São Paulo, o assunto está sendo tratado por aquele jornal e pelo resto da mídia de uma forma inexplicavelmente discreta, respeitando o fato de que, até agora, não se pode condenar ninguém definitivamente.

Contudo, esses mesmos colunistas usam contra ministros de Dilma, por exemplo, linguagem que constrangeria qualquer torcida organizada de futebol e os tratam como condenados. Meras evidências são tratadas como provas. A simples abertura do processo judicial é tratada como condenação.

Quando um escândalo envolve tucanos e aliados, porém, esses mesmos colunistas não fazem nem mesmo análises. Fogem do assunto, ainda que alguns poucos, como Reinaldo Azevedo, da Veja, saiam em defesa dos seus protegidos.

Se o escândalo é tucano não há manchetes garrafais nas primeiras páginas, o Jornal Nacional se omite e colunistas se furtam até a analisar declarações saborosas como a de Geraldo Alckmin, que atribuiu ao antecessor José Serra a responsabilidade pelo caso do metrô ao dizer que está “à vontade” porque não era o governador quando o contrato da linha 5 foi assinado com as empreiteiras.

Esse escândalo deve submergir na mídia logo mais, assim como o das emendas parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo, emendas que investigações insinuam que vêm sendo usadas pelo governo do Estado para subornar parlamentares, o que enquadra o caso no conceito midiático de “mensalão”.

Colunistas raivosos como Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Cantanhêde, Ricardo Noblat, Dora Kramer e tantos outros se tornam verdadeiros gatinhos diante da corrupção em governos tucanos como o de São Paulo, de Minas Gerais ou em qualquer outro governo estadual ou municipal administrado por partidos de oposição ao governo federal.

E o que mais espanta é que escândalos como os do metrô ou o das emendas não apenas envolvem cifras infinitamente mais altas do que as envolvidas nas acusações fracas contra um ministro como Carlos Lupi, mas também encerram indícios muito mais consistentes de envolvimento do Poder Executivo.

Ainda assim, esses colunistas mal tocam no assunto.

É lícito concluir, portanto, que veículos como Globo, Folha, Estadão ou Veja, só para ficarmos nos mais descarados, não combatem a corrupção, mas a alimentam, pois criam uma casta de corruptos com licença para roubar enquanto fustigam seus adversários políticos.

Este blog vem dando combate a essa anomalia já vai para quase sete anos. As hordas de internautas contratadas pela grande mídia e pelo PSDB para fustigar seus críticos na internet acusam o autor desta página de estar a serviço do PT, mas jamais conseguiram um só elemento que o ligue a políticos. E não foi por falta de procurarem.

Jamais encontrarão ligação alguma. Até forjá-la é difícil porque este blogueiro não se encontra com políticos, não telefona para políticos, não envia e-mails a políticos, não bajula políticos nas redes sociais… Enfim, este blogueiro sempre manteve distância da classe política e, sobretudo, do Estado e do dinheiro público.

Não que seja ilegal, imoral ou questionável ter proximidade com a classe política. Apenas não há interesse deste blog e de seu autor nesse tipo de relação. Por isso, podem continuar procurando porque jamais encontrarão algo que lhes permita fazer as suas famosas suposições acusatórias.

A grande verdade é que gostaria muito de poder fazer um trabalho mais isento, aqui. Gostaria de poder criticar os dois lados, pois tanto petistas quanto tucanos têm o que ser criticado. Todavia, se toda a grande imprensa fustiga um lado e acoberta o outro isso é anormal, é antirrepublicano e até criminoso.

Enquanto tivermos uma imprensa que se alia a alguns corruptos e com eles combate corruptos adversários, unir-se a ela em seu discurso maniqueísta, desonesto, mistificador, parcial e mentiroso equivale a ser tão corrupto quanto aqueles que ela denúncia de forma seletiva e que, às vezes, são acusados injustamente.

Os escândalos do metrô ou das emendas parlamentares em São Paulo ainda provam que há corrupção em qualquer administração pública e que a cobertura jornalística tem sido até correta, em alguma medida, pois não faz condenações prévias ou escandalizações, ainda que alguns digam que o Judiciário paulista é tucano e, portanto, precisa ser pressionado pela imprensa.

Em países como a França, por exemplo, a imprensa não poderia noticiar um escândalo como esse do metrô antes de uma decisão judicial. Todavia, não podemos nos esquecer de que a justiça francesa não é como a nossa, que a legislação francesa não propicia impunidade, o que torna a ação da imprensa vital para pressionar o Judiciário a não se omitir ou até acobertar.

O que se quer, então? Que a imprensa não trabalhe para substituir um corrupto por outro no poder, para então acobertar os corruptos amigos.

O país que você quer, leitor honesto e apartidário que só busca a verdade, é um país em que todos sejam tratados pela lei e até pela imprensa como se fossem a mesma pessoa, seja para acusar na hora certa ou para não acusar antes da hora.

Enquanto um partido for tratado com dureza desproporcional e o outro com leniência irresponsável, todos estarão ameaçados, mesmo aqueles que estiverem do lado beneficiado, pois nunca saberão se em algum momento aquele benefício que recebem poderá mudar de lado, deixando-os na posição em que estão seus adversários hoje.

Um país civilizado é um país justo. País justo é aquele que não trata cidadãos, partidos, empresas, instituições, seja lá o que for com base em idiossincrasias políticas ou ideológicas ou interesses econômicos.

Contudo, vejo muita gente agir como se pertencesse ao estrato social e político que a imprensa e a Justiça beneficiam ao endossarem e apoiarem injustiças como as que este texto relata. É espantoso, porque essas pessoas só perceberão que estão de fora da festa no dia em que a parcialidade das instituições as atingirem.

Não é porque você ganha vinte mil reais por mês, tem carros novos na garagem, um apartamento em um bairro “nobre” e uma casa na praia que faz parte dessa casta que está acima da lei e das próprias instituições. Você que apóia o que a imprensa faz, muitas vezes a troco de um pagamento irrisório para quem paga, saiba que um dia poderá estar do outro lado.

Viu a reação de Alckmin à decisão da Justiça que desfavoreceu seu governo, leitor? Fez pouco e já fala como se reverter a decisão que o manda demitir o presidente do metrô estivesse no papo. Cadê os colunistas que se indignaram com o ministro do Esporte apenas por ter sido indiciado ou com os indiciados no inquérito do “mensalão”, como se todos tivessem culpa provada?

Sumiram.

É injustiça da imprensa, é injustiça da Justiça, é injustiça dessa parte considerável da opinião publica (ou publicada) quando todos tratam casos semelhantes com tanta diferença. E essa diferença ainda pode pegá-lo, leitor injusto, pois, como dizia o Barão de Montesquieu, “Injustiça que se faz a um é ameaça que se faz a todos”.

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ENEM: muito além da velha mídia

Posted by Liberdade Aqui! em 01/11/2011

Do Direto da Redação

O ENEM, a cidadania e as redes sociais

Rodolpho Motta Lima

E eis que se deu a esperada  prova do ENEM, versão 2011. Como professor e ator dentro desse processo, não quero deixar de opinar. Parecia que, desta vez, do ponto de vista administrativo, sua aplicação tinha tido um número de problemas bem menor do que nas edições  anteriores, mas o episódio do Ceará – de vazamento de questões para alunos de um determinado colégio  – acabou manchando o brilho do certame.

O Ministério de Educação, nesse caso específico, tem razões para supor que o problema tenha sido gerado  por ato delituoso no âmbito do próprio colégio envolvido – pré-teste copiado e divulgado indevidamente –    e rejeita a tese da elaboração de uma nova prova nacional, argumentando, analogicamente, com procedimentos do SAT – teste de seleção americano semelhante ao ENEM – que, quando se defronta com fatos da espécie, apenas cancela e refaz a prova das pessoas atingidas, já que o sistema da TRI – Teoria de Resposta ao Item  – garantiria o princípio da isonomia pela formulação de provas com o mesmo nível de abrangência e dificuldade. De qualquer forma, tem o Ministério que defrontar-se, agora, com desconfortáveis pedidos de anulação.

Casos como esse, e outros, só robustecem minha opinião de que o ENEM, sem perder as suas características e mantendo os seus objetivos, poderia e deveria ser regionalizado.  Em um país de dimensões continentais como o nosso e para um universo que, neste ano,  esteve em torno de cinco milhões de candidatos, será sempre possível que ocorram situações pontuais em que os prejudicados propugnem pela anulação integral do concurso. A regionalização constituiria a diversidade, mas mantida a unidade, porque a TRI, complexo modelo matemático de aplicação eficaz em muitas partes do mundo, permite a efetiva comparação entre indivíduos da mesma população que tenham sido submetidos a  provas diferentes.

Em ocasião anterior, já tive oportunidade de externar minha posição favorável ao ENEM, pelo que ele traz de novo para o cenário da educação. Sou totalmente contrário à volta do vestibular tradicional. O ENEM traz em si sementes que, prosperando, tendem a alterar o comportamento das escolas, do ponto de vista metodológico e pedagógico. A partir de matrizes de competências e habilidades, o ENEM está ditando uma  nova forma de propor questões,  calcadas em princípios de contextualização e de interdisciplinaridade que tentam afastar do que é cobrado a questiúncula inútil, o problema de algibeira ou as chamadas “pegadinhas”. Ele está obrigando, assim, a um repensar geral daquilo que se faz em sala de aula, provocando uma revisão do tradicional enfoque essencialmente “conteudístico” , substituído por um tratamento muito mais voltado para a formação de um competente “leitor do mundo”   do que para o estímulo aos recursos de memorização, a “decoreba” que a pedagogia moderna rejeita.

Podemos atestar esse viés mais amplo do ENEM na sua prova  de Linguagens:  o que até bem pouco tempo era, na tradição do vestibular, tão somente uma prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira transformou-se, no ENEM, em um conjunto coerente de questões que incorporam, além de aspectos linguísticos e literários propriamente ditos,  o processo de produção e recepção das Artes em geral, o exame dos  chamados gêneros digitais,  seu impacto e função social,  e a linguagem corporal, com suas práticas de integração social e formação da identidade.

Quem se debruçar com atenção na análise das questões propostas pelo ENEM, verificará, também, que elas se voltam para assuntos que permitem a caracterização da prova como uma “prova cidadã”, pelos objetivos de sua formulação.

Voltando à prova de 2011, vale mencionar, aqui, como elemento relevante do exame, a redação. O ENEM tem sempre proposto, em suas redações, temas de natureza social, que envolvem, além da análise crítica pelos candidatos – com argumentação que se quer consistente e coerente –  um posicionamento que encaminhe soluções de intervenção .  O tema, agora, foi “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”. Como sempre faz, a banca disponibilizou “textos motivadores” e solicitou que fosse apresentada, em um trabalho dissertativo-argumentativo com uso da norma padrão, “proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos”.

Esse é um tema muito caro ao jovem, muito próximo a ele e sobre o qual , no geral,  possui domínio que lhe permita escrever com propriedade a respeito. Além disso, a  própria prova abriu um leque de opções para desenvolvimento do assunto, por meio dos  textos auxiliares  que serviram de “dicas” para diferentes caminhos de abordagem. Enquanto um deles mencionava o acesso à rede como um direito fundamental do ser humano (declarado pela ONU) e falava da  mobilização mundial no sentido do  acesso livre e gratuito, outro procurava explorar, com dados estatísticos, a crescente participação das pessoas em redes sociais, como “parte da própria socialização  do indivíduo do século XXI”.

Não faltaram aos textos, contudo, elementos propícios ao juízo crítico sobre a Internet, em afirmações que convidavam os usuários a “saber ponderar o que se publica nela” ou advertiam quanto ao fato de que a rede – sendo social –  não pode acobertar anonimato, devendo os que extrapolam os limites do razoável pagar caro pelas suas ações. Uma “tirinha” que também compôs o rol dos textos auxiliares levava a pensar – com humor cáustico – em como se estão estabelecendo na sociedade,cada vez mais, mecanismos de monitoramento das pessoas.

É claro que não se podem  esquecer, aqui em nosso país,  os milhões de ainda excluídos das redes sociais, aqueles aos quais ainda é negada a inserção plena na sociedade e o amplo acesso ao mundo que a internet possibilita. E é evidente, por isso mesmo, que muitos dos nossos jovens participantes da prova do ENEM devem ter apresentado, no tratamento do tema, uma visão mais restrita do que aqueles que têm nas redes sociais algo pertinente ao seu cotidiano. Pertinente e muitas vezes  perigoso, pela tensão entre a  conveniência de, em nome da segurança pessoal,  observar-se uma certa privacidade, e a necessidade, marca do tempo em que vivemos,  de uma exposição escancarada de hábitos e posturas. De qualquer forma, por carência ou até por excesso, todos devem ter tido o que dizer.

Não resisto, aqui, a uma observação final:  como educador no Rio de Janeiro, onde o acesso é mais amplo,  percebo –  assunto, talvez, para outra coluna –  que a internet,  embora esteja efetivamente incorporada ao dia a dia dos jovens em geral como instrumento que facilita a aproximação em torno de  interesses comuns (através do Orkut, MSN, Facebook, Twitter), ainda não atua conforme se espera na ampliação do universo cultural dos alunos ou como veículo auxiliar dos seus estudos, seja porque ainda é tênue a sua presença como recurso institucional disponível  no próprio ambiente escolar, seja porque no âmbito doméstico predomina, por parte dos pais, a omissão quanto a estímulos  nesse sentido. Há quem diga até que a internet está minimizando o hábito da leitura regular dos bons textos literários e contribuindo para que os jovens escrevam menos, quantitativa e qualitativamente. De qualquer forma, e como muitos já disseram repetidas vezes, o problema não está na internet, esse excepcional veículo de integração, mas no uso restrito e às vezes pouco positivo que dela se faz.

___________________

Sobre o autor deste artigo

Rodolpho Motta Lima

Advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil.

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Faltou elegância (e outras coisinhas mais)

Posted by Liberdade Aqui! em 01/11/2011

Da agência Carta Maior

DEBATE ABERTO

Guia de boas maneiras na política. E no jornalismo

A obsessão da elite brasileira em tentar desqualificar Lula é quase patológica. E a compulsão por tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais dramáticos do ponto de vista pessoal, para fragilizá-lo, constrange quem tem um mínimo de bom senso.

Maria Inês Nassif

A cultura de tentar ganhar no grito tem prevalecido sobre a boa educação e o senso de humanidade na política brasileira. E o alvo preferencial do “vale-tudo” é, em disparada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por algo mais do que uma mera coincidência, nunca antes na história desse país um senador havia ameaçado bater no presidente da República, na tribuna do Legislativo. Nunca se tratou tão desrespeitosamente um chefe de governo. Nunca questionou-se tanto o merecimento de um presidente – e Lula, além de eleito duas vezes pelo voto direto e secreto, foi o único a terminar o mandato com popularidade maior do que quando o iniciou.

A obsessão da elite brasileira em tentar desqualificar Lula é quase patológica. E a compulsão por tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais dramáticos do ponto de vista pessoal, para fragilizá-lo, constrange quem tem um mínimo de bom senso. A campanha que se espalhou nas redes sociais pelos adversários políticos de Lula, para que ele se trate no Sistema Único de Saúde (SUS), é de um mau gosto atroz. A jornalista que o culpou, no ar, pelo câncer que o vitimou, atribuindo a doença a uma “vida desregrada”, perdeu uma grande chance de ficar calada.

Até na política as regras de boas maneiras devem prevalecer. Numa democracia, o opositor é chamado de adversário, não de inimigo (para quem não tem idade para se lembrar, na nossa ditadura militar os opositores eram “inimigos da pátria”). Essa forma de qualificar quem não pensa como você traz, implicitamente, a ideia de que a divergência e o embate político devem se limitar ao campo das ideias. Esta é a regra número um de etiqueta na política.

A segunda regra é o respeito. Uma autoridade, principalmente se se tornou autoridade pelo voto, não é simplesmente uma pessoa física. Ela é representante da maioria dos eleitores de um país, e se deve respeito à maioria. Simples assim. Lula, mesmo sem mandato, também o merece. Desrespeitar um líder tão popular é zombar do discernimento dos cidadãos que o apoiam e o seguem. Discordar pode, sempre.

A terceira regra de boas maneiras é tratar um homem público como homem público. Ele não é seu amigo nem o cara com quem se bate boca na mesa de um bar. Essa regra vale em dobro para os jornalistas: as fontes não são amigas, nem inimigas. São pessoas que estão cumprindo a sua parte num processo histórico e devem ser julgadas como tal. Não se pode fazer a cobertura política, ou uma análise política, como se fosse por uma questão pessoal. Jornalismo não deve ser uma questão pessoal. Jornalistas têm inclusive o compromisso com o relato da história para as gerações futuras. Quando se faz jornalismo com o fígado, o relato da história fica prejudicado.

A quarta regra é a civilidade. As pessoas educadas não costumam atacar sequer um inimigo numa situação tão delicada de saúde. Isso depõe contra quem ataca. E é uma péssima lição para a sociedade. Sentimentos de humanidade e solidariedade devem ser a argamassa da construção de uma sólida democracia. Os formadores de opinião tem a obrigação de disseminar esses valores.

A quinta regra é não se deixar contaminar por sentimentos menores que estão entranhados na sociedade, como o preconceito. O julgamento sobre Lula, tanto de seus opositores políticos como da imprensa tradicional, sempre foi eivado de preconceito. É inconcebível para esses setores que um operário, sem curso universitário e criado na miséria, tenha ascendido a uma posição até então apenas ocupada pelas elites. A reação de alguns jornalistas brasileiros que cobriram, no dia 27 de setembro, a solenidade em que Lula recebeu o título “honoris causa” pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, é uma prova tão evidente disso que se torna desnecessário outro exemplo.

No caso do jornalismo, existe uma sexta regra, que é a elegância. Faltou elegância para alguns dos meus colegas.

 

(*) Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo.

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Não é lixo, não, é ouro humano

Posted by Liberdade Aqui! em 31/10/2011

Do Conversa Afiada

Como tratar o lixeiro Solonei
da Silva, do alto de sua vassoura ?

Solonei “coleta o lixo” do PiG

 

Este ansioso blogueiro teve o prazer de entrevistar o grande maratonista brasileiro Solonei da Silva pouco antes de conquistar a medalha de ouro no Pan:

Maratonista brasileiro tem última chance para levar o ouro

O apresentador Boris Casoy foi um dos que honrou este ansioso com um processo judicial – clique aqui para  ler sobre “Agora são 40 processos, com m ais dois do Daniel Dantas e um do Paulo Preto – é a gloria !” (Ali, o amigo navegante encontrará uma gloriosa “Galeria de Honra Daniel Dantas”).

Para evitar um (e desde já vitorioso) 41º, o ansioso blogueiro cede aqui a palavra ao Fernando Brito, para não dizerem que o ansioso blogueiro tem ideias fixas.

Leia no Tijolaço:

Não é lixo, não, é ouro humano


Hoje, um ex-catador de lixo, Solonei Rocha da Silva, ganhou a última das 48 medalhas de ouro no Pan de Guadalajara. Humildemente, disse que a vitória era de todos os catadores, trabalho que ele tinha orgulho de ter tido e do qual jamais se esqueceria.


Também hoje, no Zero Hora – infelizmente não achei o texto na internet – o jornalista Moisés Mendes compara, num artigo em Zero Hora, a atitude de um grupo de garis, ao verem três colegas serem atropelados (dois deles morreram) por uma pick-up Hilux, dirigida por um gerente de banco que voltava de uma “balada”, enquanto capinavam um canteiro da Marginal Pinheiros, em São Paulo, com a atitude do grupo que capturou, espancou e executou Muammar Khadaffi.


Os garis de São Paulo, não lincharam nem espancaram o homem que acabara de matar seus colegas. É verdade que houve chutes na porta do carro – ele tinha tentado fugir – e uns safanões, prontamente reprimido por um dos próprios garis, que afastou os colegas mais exaltados.


Os  episódios me fizeram lembrar das ofensas – certo que seguidas de um formal e rápido pedido de desculpas – dirigidas por Boris Casoy a dois garis que “do alto de suas vassouras”, como disse ele, se atreviam a desejar feliz ano novo aos telespectadores.


Como é bom ver que, apesar do bombardeio de violência e da deseducação que nossa elite brutaliza o nosso povo, sobrevivem nele valores humanos mais civilizados do que em muitos daqueles que se proclamam “modernos” e “civilizados”.


Mas esse sentimento resiste tanto, com tal força, que aqueles dois humildes garis, “do alto de suas vassouras”, Solonei  Silva, do alto do pódio, e aqueles outros da Marginal Tietê, dão lições a muita gente. Ou deviam dar.

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A MÍDIA ESTÁ SEMPRE A CONDENAR A POLÍTICA, MAS VIVE DE USÁ-LA PARA BENEFICIAR-SE. QUEM É PIOR, ENTÃO?

Posted by Liberdade Aqui! em 29/09/2011

Do Portal Nassif

A CBN e o coronelismo eletrônico

Enviado por luisnassif, qui, 29/09/2011 – Autor:  

Não se discute o alto nível do radio-jornalismo da CBN. Critica-se sua parcialidade. Mais que isso, os paradoxos entre seu discurso político e sua prática de alianças.

No discurso, seus analistas ignoram completamente as limitações do federalismo brasileiro, a política de alianças – que garante a governabilidade -, a necessidade de pragmatismo político. Dividem o Brasil entre o supostamente país moderno (dos quais ELES são porta-vozes) e o Brasil anacrônico, dos Sarneys e companhia. Aliás, é um contraponto salutar, para reduzir o poder de influência dos coronéis.

Mas hoje em dia a principal fonte de poder dos coronéis regionais é a rede Globo e a rede CBN de rádio.

De onde emana o poder político dos coronéis regionais? Em grande parte, do controle da mídia local. E esse poder deriva fundamentalmente da política de alianças com as redes nacionais de rádio e TV. Especialmente das Organizações Globo e da rede CBN.

No âmbito político, o chamado presidencialismo de coalizão é uma amarra fantástica: sem maioria, governos não governam. No caso das redes nacionais de comunicação, a definição dos sócios regionais é uma questão meramente econômica: seleciona-se o parceiro que dê melhor retorno econômico. Como a imprensa regional depende bastante das forças políticas locais, aceita-se o que tem de mais retrógrado por motivação financeira – não por governabilidade.

Ronaldo Tiradentes, dono da CBN Manaus

Andrea Vieira, reporter e funcionária da Prefeitura

Ronaldo Tiradentes, dono da CBN Manaus e Andréa Vieira, repórter e funcionária da Prefeitura

Ou seja, a Globo e seu braço CBN são polos centrais da força política de coronéis regionais. E, no âmbito nacional, praticam a crítica contra a força… dos coronéis regionais dos quais são associados.

É o que explica a Rede Globo ter como afiliados ACM, na Bahia, Sarney, no Maranhão, os Collor, em Alagoas – entre outros.

Volte-se, agora, ao caso CBN, especificamente a Manaus.

No momento, a CBN Manaus empreende uma campanha terrível contra uma cidadã, uma médica sem vinculações políticas – simpatizante de José Serra nas últimas eleições – que, nos confins do país, tenta exercer uma função cidadã denunciando os esbirros dos coronéis políticos locais.

Ela denunciou ações do prefeito de Manaus e passou a sofrer represálias terríveis, uma perseguição pessoal que afeta sua vida profissional e familiar – é mãe de uma recém-nascida. Indagada sobre a perseguição, a direção nacional da CBN respondeu que ela que se defendesse na Justiça. Mariza Tavares, bela jornalista, endossou a atuação de Ronaldo Tirandentes, representante do coronelismo eletrônico mais truculento e anacrônico.

A partir das pesquisas do nosso Stanley Burburinho, algumas informações sobre o braço da CBN Manaus, o empresário Ronaldo Tiradentes, com fortes ligações com o coronel local Amazonino Mendes.

Tiradentes já foi denunciado por compra do diploma de jornalista. O autor da denúncia é o jornalista Marcos Losekann no livro “O ronco da pororoca: histórias de um repórter na Amazônia”. Detalhe: Losekann é correspondente da própria Globo em Londres (clique aqui). Tiradentes já admitiu publicamente a compra do diploma de segunda grau.

Mais: Tiradentes incumbiu a repórter Andréa Vieira da perseguição à médica Bianca Abidaner. A repórter foi nomeada Assessora Técnica da Prefeitura de Manaus pelo próprio Amazonino Mendes. No mesmo dia, Marcos Paz Tiradentes, irmão de Ronaldo, foi nomeado DAS-1 da Secretaria Municipal de LImpeza Pública, pelo mesmo Amazonino.

Aqui os dados sobre a assessoraAqui o documento de sua nomeação para a assessoria da prefeitura. Aqui, a nomeação de Marcos Paz.

De que lado, afinal, está a CBN? Do suposto país moderno ou do que mais atrasado existe na política nacional?

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“O uso da comunicação como meio de exclusão social e política”

Posted by Liberdade Aqui! em 28/09/2011

Por Eduardo Guimarães, em seu blog

Com essa mídia país não avança

Ao longo da terça-feira, a internet se divertiu com o post que este blog publicou sobre a missão difamadora da mídia brasileira que foi à França reclamar com a sua universidade Science-Po por ter outorgado ao ex-presidente Lula o título de Doutor Honoris Causa. O absurdo que se revelou deixou as pessoas atônitas e, assim, só restou rir.

Do post em questão, surgiu a hashtag #PorqueNaoFHC, que, em questão de minutos após ser criada, chegou ao Trending Topics do Brasil no Twitter. Foi uma brincadeira com a pergunta da jornalista de O Globo ao diretor da universidade francesa sobre por que a instituição premiou Lula em vez do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O que direi agora disse ontem nas redes sociais (Twitter e Facebook): apesar de parecer que me divirto, o caso é sério. Com uma imprensa… Ou melhor, com uma mídia como a nossa, o país não avançará até se tornar o que almejamos.

Vamos discutir isso, pois: o que almejamos que o Brasil se torne? Não estamos achando, os brasileiros, que poderemos nos tornar uma das maiores potências mundiais? Não temos os requisitos para tanto? O Brasil não tem tudo para figurar ao lado das grandes potências?

Claro que tem. Temos uma vastidão de terras férteis, um clima generoso, uma diversidade étnica e cultural das mais ricas, um subsolo que é um verdadeiro tesouro, as maiores reservas de água potável, uma indústria dinâmica como poucas, uma economia estabilizada e saneada, centenas de bilhões de dólares em caixa…

Este é o momento do Brasil. O mundo inteiro reconhece. A jornalista de O Globo que perguntou ao diretor da universidade francesa por que escolheu Lula e não o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para ser premiado e que insinuou que o prêmio se deveu a interesse francês em ajuda financeira do Brasil, sem querer admitiu o quanto este país avançou na década passada.

Ainda assim, este ainda é um país em que há quase tudo por fazer. Um país rico, com potencial, mas que tem uma cultura de ser roubado pelo setor privado por vias legais ou ilegais. Além de leis que doam à elite étnica e regional as riquezas que pertencem a todos, há também a corrupção endêmica, a cultura de levar vantagem.

A mídia (acima do conceito de imprensa) poderia contribuir para mudança desse aspecto da mentalidade nacional. Mas não com essa pregação hipócrita que criminaliza alguns por razões políticas e alivia com outros pelas mesmas razões, e que, além disso, acoberta os corruptores.

A esperteza da mídia partidarizada e elitizada é o pior exemplo para a sociedade. Ao se dizer isenta e agir como cabo eleitoral e despachante de interesses de classe, regionais e étnicos pretendendo abafar as queixas dá ao país o exemplo errado, da mentalidade de que quem pode mais chora menos.

A conduta midiática é a conduta do “sabe com quem está falando?”. Ao adotá-la, a mídia dá o exemplo de que se deve buscar sempre o lado mais forte, mesmo que a força que tenha talvez não seja o que parece – ou o que pretende – ser. O que é nefasto, porém, é incentivar o autoritarismo social, político e econômico.

É nesse ponto que me pus a refletir: nenhuma grande nação – desenvolvida, democrática, civilizada e próspera – avançou de verdade sem uma imprensa séria, responsável, imparcial ao máximo possível (porque totalmente é impossível) ou honesta ao ponto de reconhecer-se eventualmente parcial.

Nos Estados Unidos, por exemplo, há mau jornalismo, sim. Mas também há bom jornalismo. Na Europa, idem. E note-se que me refiro à grande imprensa, à grande mídia, aliás. No Brasil, é tudo uma droga. A comunicação corporativa tornou-se uma máquina de contemplar interesses políticos, econômicos e de classe de grupos restritos.

Nenhuma nação avança de verdade se não refletir uma sociedade justa, mas a mídia brasileira prega injustiça, prega sobreposição de todos por alguns, ainda que implicitamente.

A propaganda, por exemplo, retrata um país nórdico, povoado por gente branca, de olhos claros em um país de maioria afro-descendente. É um abuso, um insulto a todo um povo que este aceita porque acredita na cultura de que quem pode mais chora menos. Isso para não me repetir nos exemplos políticos, que já cansaram de tanto serem repetidos.

A democratização e a profissionalização da comunicação no Brasil, portanto, é a sua principal agenda nos próximos anos. De nada adiantará reduzir a miséria ao ponto em que pareça ter sido extirpada se os fatores que a geraram permanecerem incólumes, e acima de todos os fatores que a geraram está o uso da comunicação como meio de exclusão social e política.

Entre as grandes missões que se descortinam à administração Dilma Rousseff, portanto, está o encaminhamento dessa questão. No ponto a que este país chegou não é possível mais recuar. Ou se tem coragem de atacar esse foco de corrupção e de disseminação da cultura do quem pode mais, chora menos ou não iremos a lugar algum.

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Grata surpresa…

Posted by Liberdade Aqui! em 31/08/2011

Via blog do Noblat

POLÍTICA

A Imagem de Dilma

By Romero BrittoEm seu cotidiano, o jornalismo político é forçado a lidar com problemas complicados, dos quais não consegue escapar. Enfrenta, no entanto, dificuldades desnecessárias, que poderia perfeitamente evitar. Nada o obriga, por exemplo, a apresentar a seus consumidores algo que eles, a bem dizer, não esperam.

Salvo as exceções de praxe, leitores, espectadores e ouvintes não pedem conceitos acabados e opiniões definitivas sobre o que acontece no mundo político, seus personagens e instituições. Mas muitos jornalistas, especialmente comentaristas e colunistas, acham que devem tê-las todo dia.

Pode-se ver isso no tratamento que Dilma e seu governo recebem. Mesmo os veículos e os profissionais que levam a sério seu trabalho costumam padecer desse mal, da “conclusão apressada”. O que dizer daqueles que sequer têm compromisso com a realidade.

No início do ano, a necessidade era menor. O governo estava começando e havia uma abundância de notícias a dar sobre a composição do ministério e as medidas que tomava. Predominava um tom informativo.

Nem bem haviam transcorrido os primeiros meses, no entanto, e, em algumas redações, se generalizou a sensação de que já era hora das “interpretações”. Dos 100 dias em diante, a mídia se sentiu no dever de ter um conceito pronto a respeito de Dilma.

Muitos foram propostos. De “grata surpresa” a “decepção”, de “gerente competente” a “teleguiada de Lula”, de “rápida na decisão” a “titubeante”, de “crescentemente autônoma” a “progressivamente mais dependente”. E por aí vai.

Hoje, todos querem proferir sua sentença sobre “o que é o governo”. A cada dia, é publicado um novo julgamento, uma nova definição. É como na música moderna: basta piscar os olhos que aparece o maior grupo de todos os tempos da última semana.

As pessoas não precisam desses pronunciamentos. Conforme mostram as pesquisas, os consumidores do jornalismo político não são desinformados e incapazes de elaborar suas próprias avaliações. Ao contrário. Quem procura nas velhas ou nas novas mídias o comentário e a análise não deseja que alguém lhe dê a conclusão. Quer concluir sozinho.

Quando um governo “mal começou”, mais ainda. Embora, para os profissionais da imprensa, o governo Dilma possa já estar durando uma infinidade de tempo, está nos primórdios para a opinião pública. O que uns acham que é tempo mais que suficiente para julgar, outros consideram que é prazo demasiadamente pequeno.

Essa não é uma característica inusitada do atual governo, fruto de alguma idiossincrasia proveniente de sua história e natureza. Todos costumam ser percebidos dessa maneira quando sequer chegaram ao fim do primeiro ano.

Já vimos fenômenos semelhantes em governadores e prefeitos que não tinham, antes de chegar ao cargo, maior notoriedade. Sem trajetória e biografia conhecidas, sua imagem não estava formada. Tipicamente, são os que se elegeram em função do endosso de alguém querido e respeitado.

A novidade, com Dilma, é que isso está acontecendo, agora, com uma presidente da República. O que não muda o fundamental: para a opinião pública, não está na hora de julgá-la (seja positivamente, para onde parece convergir a vasta maioria da sociedade, ou negativamente).

Será preciso tempo para que as feições definitivas do governo Dilma fiquem claras. Por enquanto, apenas alguns traços estão nítidos, mas não formam, ainda, um retrato consolidado.

Isso não incomoda o país, que sabe esperar, entre outras razões porque sabia que assim seria com ela. Com seu proverbial bom senso, o povo não se sente premido a chegar a qualquer conclusão antes da hora.

Quem não se aguenta e fica pulando de conceito em conceito são os que mais serenidade deveriam ter. O problema é que, de tanto se precipitar, acabam queimando a língua.

 

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

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REPÓRTER DA VEJA TENTA INVADIR APARTAMENTO DE DIRCEU PARA FABRICAR MATÉRIA

Posted by Liberdade Aqui! em 27/08/2011

POR EDUARDO GUIMARÃES, EM SEU BLOG

Veja ilustra por que a mídia precisa de leis

O silêncio da grande imprensa em torno dos fatos que culminaram com a reportagem de capa da edição da revista Veja desta semana, tem duas explicações: a primeira é a de que a matéria é um amontoado de suposições e de “escandalização” do nada; a segunda, é o crime que o veículo cometeu na tentativa de conseguir alguma sustentação para o que publicou.

A matéria, primeiro. Constata que José Dirceu tem relações com políticos do PT, alguns dos quais estão no governo. A matéria poderia ter ido mais longe. Dirceu tinha relações com Lula quando presidente e agora tem com Dilma. Se ela não o visita, ele a visita. O fato de ele estar sendo investigado no inquérito do “mensalão” não o impede de ter relações políticas.

Tudo passaria como apenas mais uma demonstração de jornalismo irresponsável e antiético entre tantas outras que a revista da família Civita já deu. Desta vez, porém, ocorreu um fato espantoso, a despeito das suposições da revista sobre irregularidade que inexiste no fato de Dirceu se reunir com membros de seu partido ou de outros. Esse fato é o gerador do silêncio.

A Veja foge de se aprofundar no fato de ter hospedado seu jornalista no hotel em que José Dirceu se reúne com políticos em Brasília e de que este tentou invadir o apartamento do ex-ministro. Entrar no apartamento alheio em um hotel enganando a camareira, é crime. Pouco importa o que Dirceu estava fazendo.

Mesmo se o repórter tivesse conseguido esconder um equipamento de escuta no quarto de Dirceu, ou uma câmera, ou coisa que o valha, nada do que obtivesse por tais métodos seria legal. Na verdade, seria criminoso.

Há dúvida de que o repórter da Veja tentou invadir o quarto? Os testemunhos de funcionários do hotel não valem? O Boletim de Ocorrência não é nada? O fato de o repórter ter pedido para ficar no quarto ao lado do de Dirceu, não indica nada? Há alguma diferença entre os métodos da Veja e os do jornal britânico The News of the World?

E o principal: quem investigará o que ocorreu? A Polícia Federal? A de Brasília? O Congresso? A classe política aceitará que órgãos de imprensa invadam suas casas em busca de provas contra seus membros? É democrático e republicano que se possa invadir a casa de alguém sem ordem judicial, sem sustentação nenhuma?

O cerne da questão é a regulação da imprensa. A “reportagem” da Veja deixou claro que a brasileira usa métodos iguais ou piores dos que já se vai descobrindo que eram usados por parte da imprensa britânica e que, por lá, estão gerando um escândalo de proporções gigantescas, que inclui até prisão de jornalistas.

E ninguém fala em “censura”, por lá.

O que a Veja acaba de fazer só comprova que este país não avançará sem leis específicas e abrangentes para o exercício da atividade jornalística e sem limites éticos a tal atividade, e que não se pode justificar que a imprensa cometa crimes alegando que os comete para combater outros supostos crimes.

O silêncio em torno da constrangedora matéria da Veja e do ataque criminoso da revista não esconde pudor, mas consciência de que, se esse debate avançar, ficará muito claro o caráter imprescindível de um projeto de lei com regras e limites ao exercício da atividade jornalística e com mecanismos de punição de excessos como o que acabamos de ver.

Se mesmo com a comprovação cabal de que a imprensa brasileira comete crimes iguais ou piores do que os da britânica o governo Dilma não enviar de uma vez ao Congresso um projeto de lei de regulação da mídia, haverá uma crise institucional no Brasil. E todos nós sabemos como sempre acabaram as crises institucionais neste país.

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Laranjas ou vendidos da mídia

Posted by Liberdade Aqui! em 25/08/2011

Do Vi o mundo

Altamiro Borges: Grileiro da Cutrale e laranjas da mídia

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Grileiro da Cutrale e laranjas da mídia

Por Altamiro Borges, em seu blog

A mídia ruralista voltou a babar seu ódio contra o MST, que ontem ocupou novamente as terras griladas pela empresa Cutrale em Iaras, no interior de São Paulo. Na TV, âncoras e comentaristas criticaram a “invasão” e repetiram as cenas da destruição dos pés de laranja… em setembro de 2009. Apesar do Incra reafirmar que a área pertence a União, a mídia insiste em satanizar os sem-terra.

A ocupação da Cutrale faz parte da jornada de luta pela reforma agrária – que inclui um acampamento de 4 mil pessoas em Brasília e várias ações nos estados. A mídia nada fala das reivindicações do MST ou da absurda concentração fundiária no país. Prefere defender a “vítima” Cutrale – neste sentido, a ocupação serviu para noticiar, mesmo que de forma pejorativa, a luta pela reforma agrária.

A omissão criminosa

Nos momentos de confronto, a mídia hegemônica sempre toma partido. Ela fica ao lado dos poderosos, neste caso os barões do agronegócio, contra os trabalhadores. Ela até chega a ocultar denúncias que fez em períodos de maior calmaria. O caso da Cutrale é emblemático. As redações da imprensa conhecem bem as irregularidades desta empresa, mas preferem o silêncio criminoso.

Em maio de 2003, por exemplo, a revista Veja – talvez em mais uma ação mercenária – fez uma longa reportagem sobre a Cutrale. Ela revelou que a empresa é uma das mais ricas do mundo e que construiu o seu império de maneira predatória e ilegal. “O brasileiro José Luís Cutrale e sua família detêm 30% do mercado global de suco de laranja, quase a mesma participação da Opep no petróleo”.

Exploração, sonegação e remessa ilegal

Ainda segundo a revista, “o principal segredo do negócio consiste em adquirir a fruta a preço baixo – a preço de banana, brincam os fornecedores –, esmagá-lo pelo menor custo possível e vender o suco a um valor elevado”. Em 2001, o governo FHC chegou a investigar a altíssima lucratividade da Cutrale (nos anos 1980, ela teve taxas de retorno na ordem de 70%, um fenômeno raro).

“Uma autoridade da Receita Federal relatou a Veja que a estratégica para elevar a lucratividade do grupo passa por contabilizar parte dos resultados por intermédio de uma empresa sediada no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. Com isso, informa a autoridade da Receita, a Cutrale conseguiria pagar menos impostos no Brasil”.

“Agressividade gerencial”

Em síntese, a revista Veja criticou a “agressividade gerencial da família Cutrale”, que já virou “uma lenda no interior paulista. Os plantadores de laranja no Brasil têm poucas opções para escoar a produção. Há apenas cinco grandes compradores da fruta e Cutrale é o maior deles. Por essa razão, acabam mantendo com o rei da laranja uma relação que mistura temor e dependência”.

“Por um lado, eles precisam que ele compre a produção. Por outro, assustam-se com alguns métodos adotados pela Cutrale para convencê-los a negociar as laranjas por um preço mais baixo”. Vários produtores relataram à revista a brutal pressão para baixar preços ou mesmo para adquirir suas fazendas, inclusive com sobrevôos ameaçadores de helicóptero e outros métodos terroristas.

Uma coleção de processos na Justiça

A bombástica reportagem simplesmente foi arquivada, assim como também foram esquecidos os inúmeros processos na Justiça contra a Cutrale por desrespeito aos direitos trabalhistas, crimes ambientais e pressão contra os lavradores. Somente de 1994 a 2003, a empresa foi alvo de cinco ações no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por formação de cartel.

Para criminalizar a jornada nacional de luta pela reforma agrária, a mídia omite os crimes da Cutrale. A empresa vira uma santa; o MST é o demônio. A mídia “privada” sequer esclarece que as terras em Iaras não pertencem legalmente à Cutrale. Elas compõem o lote do Núcleo Monções, que possui cerca de 30 mil hectares pertencentes à União. Ou seja, elas foram griladas – roubadas!

Laranjas ou vendidos da mídia

Em 2007, a Justiça Federal cedeu a totalidade do imóvel ao Incra. Mas a empresa permanece na área com base em ações judiciais protelatórias. Desde que grilou as terras e passou a monopolizar a produção, milhares de pequenos e médios agricultores foram à falência e 280 mil hectares de pés de laranja foram destruídos. Mas a mídia só repete as cenas do trator em setembro de 2009.

Diante da riquíssima família Cutrale, com uma fortuna avaliada em US$ 5 bilhões, os colunistas da mídia são realmente laranjas! Já alguns pegam “carona” e se vendem!

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NOTA DO INCRA A RESPEITO DA ÁREA EM LITÍGIO:

Terras públicas do Núcleo Colonial Monção serão transferidas ao Incra/SP

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em São Paulo (Incra/SP) receberá em definitivo a transferência do domínio das terras públicas remanescentes do Núcleo Colonial Monção, localizadas em Iaras/SP.

A solução conciliada foi construída no âmbito da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal da Advocacia Geral da União (CCAF/AGU) e definida em reunião no último dia 19 de abril.

A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) concordou em firmar os termos para a transferência e com estas providências não haverá mais dúvidas sobre a legitimidade do Incra na adoção de medidas judiciais para a retomada destas terras públicas e sua destinação à reforma agrária.

O Núcleo Colonial Monção foi criado a partir de 1909/1910 com aquisição de vários imóveis rurais na região pelo Governo Federal, no intuito de realizar projetos de colonização com imigrantes.

Na época, foram reunidos 40 mil hectares por meio de compra de propriedades particulares e pelo recebimento de dívidas fiscais, abrangendo parte dos municípios de Agudos, Lençóis Paulistas, Borebi, Iaras e Águas de Santa Bárbara.

É grande o potencial dessas áreas para o desenvolvimento socioeconômico, pois concentrar assentamentos rurais em uma mesma microrregião permite ao poder público um enfoque no desenvolvimento territorial sustentável.

A recuperação deste patrimônio público traz a perspectiva de construir uma grande área reformada no centro do Estado de São Paulo, que facilitará a integração produtiva dos trabalhadores assentados e sua articulação com os mercados locais.

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