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Posts Tagged ‘obama’

A morte de Bin Laden: fez-se vingança e não justiça

Posted by Liberdade Aqui! em 07/05/2011

VIA BLOG DO MIRO

A morte de Bin Laden, por Leonardo Boff

Ilustração: Kalvellido

Reproduzo artigo do teólogo Leonardo Boff, publicado no blog de Luis Nassif:

Fez-se vingança, não justiça

Alguém precisa ser inimigo de si mesmo e contrário aos valores humanitários mínimos se aprovasse o nefasto crime do terrorismo da Al Qaeda do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. Mas é por todos os títulos inaceitável que um Estado, militarmente o mais poderoso do mundo, para responder ao terrorismo se tenha transformado ele mesmo num Estado terrorista. Foi o que fez Bush, limitando a democracia e suspendendo a vigência incondicional de alguns direitos, que eram apanágio do pais. Fez mais, conduziu duas guerras, contra o Afeganistão e contra o Iraque, onde devastou uma das culturas mais antigas da humanidade na qual foram mortos mais de cem mil pessoas e mais de um milhão de deslocados.


Cabe renovar a pergunta que quase a ninguém interessa colocar: por que se produziram tais atos terroristas? O bispo Robert Bowman de Melbourne Beach da Flórida que fora anteriormente piloto de caças militares durante a guerra do Vietnã respondeu, claramente, no National Catholic Reporter, numa carta aberta ao Presidente: “Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas”.

Não disse outra coisa Richard Clarke, responsável contra o terrorismo da Casa Branca numa entrevista a Jorge Pontual emitida pela Globonews de 28/02/2010 e repetida no dia 03/05/2011. Havia advertido à CIA e ao Presidente Bush que um ataque da Al Qaeda era iminente em Nova York. Não lhe deram ouvidos. Logo em seguida ocorreu, o que o encheu de raiva. Essa raiva aumentou contra o Governo quando viu que com mentiras e falsidades Bush, por pura vontade imperial de manter a hegemonia mundial, decretou uma guerra contra o Iraque que não tinha conexão nenhuma com o 11 de setembro. A raiva chegou a um ponto que por saúde e decência se demitiu do cargo.

Mais contundente foi Chalmers Johnson, um dos principais analistas da CIA também numa entrevista ao mesmo jornalista no dia 2 de maio do corrente ano na Globonews. Conheceu por dentro os malefícios que as mais de 800 bases militares norte-americanas produzem, espalhadas pelo mundo todo, pois evocam raiva e revolta nas populações, caldo para o terrorismo. Cita o livro de Eduardo Galeano “As veias abertas da A.Latina” para ilustrar as barbaridades que os órgãos de Inteligência norte-americanos por aqui fizeram. Denuncia o caráter imperial dos Governos, fundado no uso da inteligiência que recomenda golpes de Estado, organiza assassinato de líderes e ensina a torturar. Em protesto, se demitiu e foi ser professor de história na Universidade da Califórnia. Escreveu três tomos “Blowback”(retaliação) onde previa, por poucos meses de antecedência, as retaliações contra a prepotência norte-americana no mundo. Foi tido como o profeta de 11 de setembro. Este é o pano de fundo para entendermos a atual situação que culminou com a execução criminosa de Osama Bin Laden.

Os órgãos de inteligência norte-americanos são uns fracassados. Por dez anos vasculharam o mundo para caçar Bin Laden. Nada conseguiram. Só usando um método imoral, a tortura de um mensageiro de Bin Laden, conseguiram chegar ao seu esconderijo. Portanto, não tiveram mérito próprio nenhum.

Tudo nessa caçada está sob o signo da imoralidade, da vergonha e do crime. Primeiramente, o Presidente Barak Obama, como se fosse um “deus” determinou a execução/matança de Bin Laden. Isso vai contra o princípio ético universal de “não matar” e dos acordos internacionais que prescrevem a prisão, o julgamento e a punição do acusado. Assim se fez com Hussein do Iraque,com os criminosos nazistas em Nürenberg, com Eichmann em Israel e com outros acusados. Com Bin Laden se preferiu a execução intencionada, crime pelo qual Barak Obama deverá um dia responder. Depois se invadiu território do Paquistão, sem qualquer aviso prévio da operação. Em seguida, se sequestrou o cadáver e o lançaram ao mar, crime contra a piedade familiar, direito que cada família tem de enterrar seus mortos, criminosos ou não, pois por piores que sejam, nunca deixam de ser humanos.

Não se fez justiça. Praticou-se a vingança, sempre condenável. “Minha é a vingança” diz o Deus das escrituras das três religiões abraâmicas. Agora estaremos sob o poder de um Imperador sobre quem pesa a acusação de assassinato. E a necrofilia das multidões nos diminui e nos envergonha a todos.

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O ausente que foi mais presente do que os presentes.

Posted by Liberdade Aqui! em 25/03/2011

Via Portal Nassif

De CartaCapital

A ausência de Lula

Mino Carta

25 de março de 2011

O ausente foi mais presente do que os presentes. A frase não é minha, é do professor Delfim Netto, e diz respeito às reações da mídia nativa à ausência de Lula no almoço oferecido pela presidenta Dilma a Barack Obama. Os jornalões mergulharam no assunto em colunas e reportagens por três dias a fio, entregues com sofreguidão à tarefa de aduzir o porquê daquela cadeira vazia sem receio de provar pela enésima vez sua vocação onírica.

Neste espaço, o sonho midiático foi meu tema da semana passada, mas os especialistas em miragens insistem em mostrar a que vêm, sem contar o complexo de inferioridade tão explicitamente exposto com a visita do presidente americano apresentada como um celebrity show. As emissoras globais ficaram no ar 24 horas para contar todos os passos de Obama ou mesmo para esperar que ele os desse. A certa altura vimos um perdigueiro da informação aguardar no Galeão, por mais de uma hora, a chegada do avião que levava o visitante de Brasília ao Rio, em proveito exclusivo de uma visita instrutiva dos telespectadores a um aeroporto às moscas.

É o recalque do vira-lata, e esta definição também não é minha, já caiu da boca de Lula. Quanto à sua ausência no almoço de Brasília, li entre as versões que ele não apareceu para “não ofuscar” a anfitriã, a mostrar toda a sua pretensão, acompanhada pela dúvida de um colunista: “ao recusar o convite”, foi malandro ou zé mané? Textos de calibres diversos clamam contra “a descortesia”. Uma colunista do Estadão aventa a seguinte hipótese: o ex-presidente quis evitar o constrangimento “de ouvir sem compreender a conversa na mesa, da qual fazia parte Fernando Henrique Cardoso”. Ah, o príncipe dos sociólogos, este é um poliglota. E não falta quem convoque a inveja de Lula por Dilma, que recebe Obama em lugar dele, embora o tivesse convidado em 2008.

Segundo um colunista do Valor Econômico, o ex também foi descortês com Obama, que já o tratou tão bem. A Folha localizou “um amigo de Lula” disposto à revelação: ele está irritado “com os elogios excessivos da mídia a Dilma”. Uma colunista da Folha vislumbra na ausência de Lula a demonstração “do contraste de estilos” e até a torna mais evidente. Neste esforço concentrado no sentido de provocar algum desentendimento entre o ex e a atual, imbatível o editorial do Estadão de domingo 20, provavelmente escrito por um aluno de Maquiavel incapaz de entender a ironia do mestre.

Fala-se em “mudança de mentalidade que emana do Planalto”, “sobriedade em lugar de espalhafato”, “distanciamento das inevitáveis servidões” do ofício presidencial. Transparente demais a manobra. Não escapa, porém, ao ato falho, ao discordar da presidenta no que se refere à posição de Dilma quanto “ao atual surto inflacionário”, embora formulada a objeção com suave cautela, para aplaudir logo o propósito do governo de abrir os aeroportos à iniciativa privada em regime de concessão.

São teclas antigas de quem professa a religião do Deus Mercado e enxerga nas privatizações os caminhos da Graça. Os praticantes brasileiros dos jogos financeiros não estão sozinhos: de fato, para variar, trata-se de pontuais discípulos, ou imitadores. Os Estados Unidos ensinam, por lá os vilões do neoliberalismo, responsáveis pela crise mundial, continuam a postos para atiçar a doença. O exemplo seduz. Aí se origina a tentativa, levada adiante obviamente pela mídia, de derrubar o ministro Guido Mantega, representante da continuidade que a tigrada gostaria de ver interrompida de vez.

As consequências da aventura neoliberal, que deixaria o próprio Adam Smith em pânico, atingem inclusive o Brasil. No ano passado crescemos 7,5%, este ano a previsão fica bastante abaixo, entre 4% e 4,5%. Será um bom resultado no confronto com outros, mas dirá que ninguém está a salvo. CartaCapital confia na permanência de Mantega e na continuidade, ainda que, desde a posse, reconheça na presidenta a capacidade de imprimir à linha do governo características da sua personalidade.

É simplesmente tolo imaginar a ruptura almejada pela mídia, perfeita intérprete de um sentimento que sobe das entranhas de burgueses e burguesotes contra o metalúrgico nordestino eleito à Presidência duas vezes por larga maioria e destinado a passar à história como o melhor e mais amado desde a fundação da República. Pelo menos até hoje. Os senhores do Brazil zil zil ainda cultivam o ódio de classe. O mesmo Lula, que frequentemente mantém contatos com a sucessora, a qual, do seu lado, sabia previamente da ausência do antecessor ao almoço, observa: “Quando me elegi, me apresentaram como a continuidade de FHC, agora dizem que Dilma não dá continuidade ao meu governo”.

O ex-presidente tucano formula, aliás,- a sua hipótese sobre a ausência de Lula: inveja dele mesmo, FHC. Quem sabe o contrário se dê de fato quando, dentro de poucos dias, Lula receber o canudo honoris causa da Universidade de Coimbra.

Teste final: se Lula fosse ao almoço, que diria a mídia? Foi para: A. Não ficar atrás de FHC; B. Pronunciar um discurso de improviso em louvor a Chávez, Fidel e Ahmadinejad. C. Ofuscar Dilma.

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E ainda dizem que o Brasil não é racista.

Posted by Liberdade Aqui! em 20/03/2011

DO CONVERSA AFIADA

Não, nós não somos racistas

Conversa Afiada reproduz e-mail e ilustração enviados por Stanley Burburinho, implacável reparador de iniquidades:

Jornal Paraná Online publicou hoje charge racista com desenho de um macaco e com os dizeres:

“Almoço para Obama terá baião de dois, picanha, sorvete de graviola…E BANANA, MUITA BANANA”:

http://www.parana-online.com.br/charges/charge/1478/
Em tempo: este post é uma singela homenagem ao Ali Kamel.

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Obama and way-of-life

Posted by Liberdade Aqui! em 19/03/2011

Do blog O que será que me dá

A visita de Barack Obama

Os árabes insurgem-se contra seus ditadores, o Japão sofre sua segunda maior tragédia de todos os tempos e Obama nos visita para fazer média e vender avião de guerra. É pouco? Quer mais? Ok: a malufista embalsamada, Hebe Camargo, e a “cansada” Ana Maria Braga entrevistaram a primeira mulher presidenta da história do Brasil. Dilma Rousseff saiu do programa das duas hipócritas muito maior do que entrou.

Os EUA financiaram e apoiaram muito ditador, mundo afora, durante os últimos 60 anos. Inclusive, é claro, a nossa ditadura militar de 21 anos. Hosni Mubarak do Egito, por exemplo, recebeu “ajuda” constante dos EUA ao longo dos 30 anos de seu reinado. Ajuda que sempre devolveu na base do toma-lá-dá-cá de dólar por arma. A indústria de armas, como outra qualquer – precisa testar e vender seus produtos no “mercado”. Não é à toa que os EUA não passam um dia sequer sem estarem envolvidos em alguma guerra, seja onde for, direta ou indiretamente. Antes de tornar-se o inimigo número um dos EUA, Sadam Hussein recebeu “ajuda” semelhante na guerra contra o Irã durante a década de 80. Naquela época, todos os machos da família Hussein tinham o “direito” legítimo de “catar” e estuprar mulheres atraentes no meio da rua, em plena luz do dia. E se maridos, pais ou irmãos ousassem socorrê-las, eram assassinados na hora. Agora é Kadafi, ex-aliado das multis do petróleo, que bombardeia seu povo para defender 40 anos de tirania. Ainda tem os Talibans do Afeganistão – hoje inimigos, ontem armados pelos EUA contra a URSS …

Ninguém ousa parar a máquina de guerra americana. Já houve épocas, como na década de 60, em que mandaram assassinar o presidente e assassinar seu assassino. Como se sabe, Kennedy pretendia retirar os EUA do Vietnã. E o Vietnã era o “mercado da vez” da indústria bélica americana.

Barack Obama jamais poderá se contrapor ao way-of-life americano. Não só por ser um presidente negro num país assumidamente racista; não só por ser indesejado pelas elites de todo o mundo e nem só porque tem a mão de ferro de Hillary Clinton exercendo marcação cerrada. Existem instituições nos EUA que são intocáveis. Se for preciso sacrificar hábitos deste way-of-life para proteger a camada de ozônio, por exemplo, esquece.

Quando foi eleito, tinha tudo para ser “o cara” – versão americana. Mas seu governo caminha para ser um dos mais medíocres da história dos EUA. Não por falta de preparo – que ele o tem de sobra. Bush filho, Clinton, Reagan e Bush pai… não chegam aos pés dele. Mas o homem mais poderoso do planeta é refém de um sistema dominado por banqueiros, magnatas do petróleo e uma classe média que não abre mão das montanhas de supérfluos industriais e poluidores que a TV lhes vende. Mal tomou posse e foi obrigado a assinar o socorro de bilhões de dólares a Wall Street para pagar a conta da farra imobiliária. Um verdadeiro estelionato financiado pelo contribuinte americano.

O Japão se desintegra na segunda maior tragédia já vista em sua história. A primeira, como todos sabem, foi o teste nuclear revestido de “ato de guerra legítimo” que os EUA impuseram ao país no final da Segunda Guerra Mundial. Mesmo os japoneses estando tecnicamente derrotados. As bombas de Hiroshima e Nagasaki foram armas de destruição em massa mais eficazes que o holocausto: 200 mil civis evaporaram em 1 minuto e dezenas de milhares ao longo das décadas seguintes.

Obama chegou hoje ao Brasil para tentar nos vender aviões e pedir para Dilma ser mais “liberal” que Lula. Pedirá que o Brasil volte a ser o principal comprador dos EUA. É a primeira vez que um presidente americano chega na defensiva em sua visita ao Brasil. Pois o Brasil que encontrará não é mais o vira-latas que foi durante praticamente todo o século passado. Precisamos, sim, modernizar nossa defesa reafirmando nossa soberania sobre as 200 milhas do nosso rico litoral. Precisamos, sim, acabar de vez com os tentáculos dos magnatas do petróleo que desejam abolir essa extensão fronteiriça para transformar o Pré-Sal em terra de ninguém. José Serra está com eles e para eles – como revelaram documentos divulgados pelo Wikileaks recentemente (leia aqui) sobre a armação com a Chevron durante a campanha eleitoral. E se estiver muito velho para 2014 ou 2018, a Chevron tentará outro boneco em seu lugar. O Pré-Sal é para o metade final desta década. Obama nem estaria mais em cena e o PSDB manteria a sala de suas visitas aberta a quem quiser entrar para negociar, mesmo contra os interesses do povo brasileiro.

A presidenta sabe de tudo isso e não vai se deixar seduzir justamente pelo representante da nação que planejou e deu apoio logístico aos golpistas de 64 dos quais foi prisioneira durante 3 anos e pelos quais foi torturada. Será gentil com o ser humano Barack Obama – que é merecedor pela sua história de vida. Quanto ao presidente dos EUA… Além disso, existe a questão da tecnologia. A França oferece o pacote completo que inclui know-how e autonomia para manutenção dos aviões. Já os bélicos americanos querem vender-nos a manutenção e tecnologia de seus aviões à parte, num negócio periódico. Existem também o Mercosul e a economia do todo o nosso continente que depende da liderança brasileira para crescer e se fortalecer – o que não agrada Hilary Clinton e os seus.

Dilma não será apenas a meiga e bela senhora que foi ao programa das duas bruxinhas malufe-serristas para mostrar às donas de casa de todo o país que não é assaltante de banco nem assassina. Brasil e EUA não são mais os mesmos depois de Lula e Obama.

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Líbia: Obama confirma que ação contra regime de Kadafi começou

Posted by Liberdade Aqui! em 19/03/2011

Do UOL

Obama confirma que ação contra regime de Kadafi começou

Brasília, 19 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou neste sábado em Brasília que “a ação começou” e autorizou a Força Aérea americana a atacar os sistemas antimísseis líbios para proteger a população do país da ofensiva do regime de Muammar Kadafi.

“Hoje autorizei às Forças Armadas dos Estados Unidos a lançarem uma ação limitada contra a Líbia”, indicou Obama a jornalistas em Brasília.

O presidente americano declarou que o ataque das forças americanas “não é algo que os Estados Unidos tenham buscado”, mas o comportamento de Kadafi, que prossegue com seus ataques contra Benghazi, não deixou outra opção.

“Não podemos ficar quietos quando um tirano diz a seu povo que não terá piedade”, ressaltou.

“Respondemos aos apelos da população líbia e protegemos os interesses dos Estados Unidos e do mundo” com esta ação, explicou o presidente americano.

Obama ressaltou estar “muito consciente” dos riscos da iniciativa e assegurou que em nenhum caso os soldados americanos pisarão em solo líbio.

Momentos antes, a rede de televisão “CNN” havia informado que os Estados Unidos lançaram mísseis sobre as defesas aéreas líbias, uma operação que ocorreu depois que aviões de combate franceses lançaram ataques contra as forças leais ao regime de Kadafi.

Além disso, a Força Aérea britânica entrou neste sábado em ação na Líbia, segundo confirmou o primeiro-ministro, David Cameron.

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Obama no Brasil: Qual é o real significado, em termos de política externa, da visita do presidente da república imperial?

Posted by Liberdade Aqui! em 19/03/2011

Da Agência Carta Maior

WikiObama: como é conduzido o governo dos EUA

Em documentos revelados pelo WikiLeaks tomamos conhecimento de ações do governo norte-americano e seus lobbies para combater a lei do pré-sal e que a Casa Branca pressionou autoridades ucranianas para obstaculizar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes. Portanto, já é hora pararmos com essa ladainha de visita simbólica ou de início de uma nova parceria estratégica. O artigo é de Reginaldo Nasser.

Reginaldo Nasser

Qual é o real significado, em termos de política externa, da visita do presidente da república imperial? Até que ponto devemos levar em consideração a sua fala? Em 2009, Obama fez o famoso discurso do Cairo que deverá entrar para a história da diplomacia como um dos mais importantes exercícios de retórica, pois o apoio aos ditadores e a Israel continuou como nunca. Como esquecer da carta que enviou ao Presidente Lula instando o Brasil a trazer o Irã para a mesa de negociação e dias depois condenar a “aproximação” dos dois países? Nesse sentido, creio ser apropriado relembrar os ensinamentos do sociólogo alemão, Max Weber, em texto publicado no início do século XX. Weber advertia que aquele que realmente quisesse encontrar o verdadeiro poder do Estado, não deveria dar tanta relevância para os discursos parlamentares ou para as falas dos presidentes, mas sim observar a forma como é conduzida a administração rotineira do Estado.

Que tal uma passada de olhos sobre os acontecimentos dessa semana e verificar a “rotina imperial” ( 12 a 19 de março)?

Após a derrubada de Mubarak, Obama disse que “era a força moral da não-violência, e não a violência, a força moral que dobrou o arco da história para a justiça”. Entretanto o Pentágono e o lobby da indústria de armas dobraram o arco da história contra os manifestantes pró-democracia no Bahrein. Pode ser mera coincidência, mas é curioso constatar que, após viagem do Secretário de Defesa, Robert Gates, ao Bahreim no dia 11 de Março a Arábia Saudita enviou tropas para aquele pais dando maior consistência ao processo contra-revolucionário com extrema violência.

Os seis Estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (Bahrein, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos) têm fortes ligações com o Pentágono desde os anos 1990. Receberam dos EUA nos últimos quatro anos grandes quantidades de material militar (veículos blindados, aviões, metralhadora e munições) no valor de US $ 70 bilhões. O circulo de poder entre a indústria militar, os Estados do Golfo e o Pentágono inclusive asseguraram uma mudança da doutrina de “mudança de regime “, como no Egito ou Tunísia, para “alteração de regime” a fim de garantir o atual governo.

No dia 18 de março o Center for Constitutional Rights (Fundado em 1966 por ativistas dos direitos civis nos EUA) divulgou um relatório solicitando a administração de Obama a passar da retórica à ação, e a urgência em adotar medidas concretas para cumprir com as suas obrigações internacionais dos direitos humanos. As denúncias versam sobre questões que vão desde a discriminação racial, execuções extrajudiciais até a prática de tortura no Iraque, Afeganistão e Guantamo (lembram-se da promessa em início de mandato?).

No dia 17 de março em matéria do The Guardian ficamos sabendo que os militares dos EUA estão desenvolvendo um software que permitirá secretamente manipular os meios de comunicação com falsos nomes para influenciar e espionar as redes sociais com o objetivo de combater as “ideologias extremistas”. O porta-voz Centcom, orgão gerenciador do projeto, esclareceu, sem meias palavras que nenhuma das intervenções será feita em língua inglesa porque seria ilegal!

Na política doméstica, esta cada vez mais claro que Washington perdeu o interesse pelo problema do desemprego. O governo Obama foi derrotado na “guerra de idéias”. Em recente pesquisa de opinião pública, a maioria dos americanos, com razão, já não nota diferença significativa entre democratas e republicanos no que se refere ao debate sobre o deficit. (Paul Krugman The Forgotten Millions, 18/03/ 2011 The New York Times).

Em documentos revelados pelo WikiLeaks tomamos conhecimento de ações do governo norte-americano e seus lobbies para combater a lei do pré-sal e que a Casa Branca pressionou autoridades ucranianas para obstaculizar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes. Portanto, já é hora pararmos com essa ladainha de visita simbólica ou de início de uma nova parceria estratégica.

(*) Professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP)

Foto: Renato Araújo/Agência Brasil

 

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A visita de Obama e o oba-oba (abobado) da velha mídia

Posted by Liberdade Aqui! em 18/03/2011

Do Vi o mundo

Dr. Rosinha: A visita de Obama e o oba-oba abobado

A visita de Obama e o oba-oba (abobado) da velha mídia

A política externa independente nos tornou importantes no cenário mundial, inclusive para os EUA. Retrocessos nessa política poderiam fragilizar nosso protagonismo internacional

por DR. ROSINHA*

A mídia brasileira tem tratado a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como um megaevento. A reação talvez seja similar a da primeira visita do Papa ao Brasil. Não existem outras pautas. Criam-se vinhetas televisivas e coberturas especiais. Parece que a encarnação viva de Deus passará por aqui no fim de semana.

Para além do mero provincianismo, a velha mídia é motivada pelo desejo de atacar a política externa do governo Lula, que estaria supostamente prestes a ser alterada pelo governo Dilma.

Conforme o desinformado desejo, a política externa do governo Lula teria apostado no “terceiromundismo” e no “antiamericanismo”, comprometendo antigas “boas relações” com os EUA. Agora, caberia a Dilma “corrigir” o desvio e reconduzir a política externa a seu paradigma histórico.

A visita de Obama representaria, assim, uma espécie de redenção do Brasil, que voltaria a ocupar seu lugar secundário na história. Daí a cobertura deslumbrada. Daí esse verdadeiro “oba-oba” abobado da velha mídia.

Mas, afora todo esse delírio ideológico, o que esperar da visita?

Na realidade, pouco. Em primeiro lugar, não ocorrerá uma correção de rumos significativa nas relações bilaterais, até mesmo porque tal correção, do ponto de vista dos interesses brasileiros, não é necessária. Não houve “desvios ideológicos”. Portanto, não há necessidade de correções substanciais, embora sempre haja espaço para aprimoramentos.

A bem da verdade, foi a recente política externa que elevou substancialmente o patamar do Brasil no cenário mundial. Por isso mesmo, o próprio embaixador norte-americano no Brasil reconhece que a nossa nação “não é mais um país emergente, mas sim um país que já emergiu”.  É justamente esse novo patamar que motiva a visita de Obama.

Para um presidente com popularidade em baixa e muito abalado politicamente depois da grande derrota nas últimas eleições legislativas dos EUA, a visita ao Brasil representa uma oportunidade para mostrar algum prestígio internacional a seu público interno.

Além disso, a recuperação da economia dos EUA tem se revelado lenta. Os EUA precisam desesperadamente reduzir seu déficit comercial com o mundo e seu desemprego interno. O Brasil, uma economia em ascensão –a sétima do mundo–, representa amplas oportunidades para os norte-americanos. Eles estão muito interessados no pré-sal, ainda mais agora, quando as ditaduras pró-ocidentais do Oriente Médio estão ruindo. Também há interesse na participação da construção da infraestrutura brasileira, inclusive aquelas relativas às Olimpíadas e à Copa do Mundo.

Para o Brasil, a visita possibilita a superação de algum mal-estar recente na relação bilateral, embora as posições fundamentais devam continuar as mesmas, inclusive no que se refere às divergências referentes ao Iraque e ao Irã.  Ademais, tais visitas sempre podem possibilitar maior comércio e mais investimentos.

Não de deve esperar muito, no entanto. A expectativa é de que seja assinado um acordo para simplificar as trocas comerciais e evitar barreiras técnicas e administrativas ao fluxo comercial. Isso implicaria o reconhecimento mútuo dos certificados emitidos pelo Inmetro e pelo órgão norte-americano correspondente da área. As divergências e as imensas barreiras tarifárias e não-tarifárias relativas ao protecionismo agrícola, antidumping, picos tarifários e quotas, que afetam boa parte das nossas exportações para os EUA (aço, suco de laranja, etanol, carnes, frutas, algodão, soja e derivados, etc.), continuarão a vigorar, impedindo uma ampliação significativa do comércio bilateral.

Saliente-se que os EUA perderam muita importância comercial e econômica para o Brasil. Em 2002, os EUA absorviam cerca de 24% das nossas exportações. Em 2010, essa participação caiu para 9,6%. Hoje, China, América Latina e União Europeia são mais relevantes para nós.

Do ponto de vista político-diplomático, existe a possibilidade de que Obama anuncie seu apoio à pretensão brasileira a uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, como fez com a Índia no ano passado. Embora simpático e importante, um eventual apoio não geraria nenhum efeito imediato, já que a mudança da estrutura do conselho, que reflete arcaicamente o mundo pós-Segunda Guerra Mundial, ainda não está na pauta atual das Nações Unidas.

Deverão também ser assinados acordos nas áreas de energias renováveis, aviação civil, espacial e de combate à discriminação de raça e gênero. São acordos relevantes, mas que não mudam a natureza das relações bilaterais, como quer dar a entender a velha mídia.

O Brasil vem se tornando um grande país graças, em boa parte, a uma política externa ousada e criativa, que diversificou parcerias estratégicas, diminuiu nossa dependência em relação a parceiros tradicionais, abriu espaços para nossas exportações e investiu na integração regional e na cooperação Sul-Sul. Foi exatamente essa política externa independente que nos tornou importantes no cenário mundial, inclusive para os EUA. Quaisquer retrocessos nessa política poderiam redundar na fragilização do nosso protagonismo internacional.

Os EUA são um país de grande peso internacional, e o aprimoramento da nossa relação bilateral é sempre bem–vindo. Esse aprimoramento jamais deveria implicar no abandono de nossas justas posições e do nosso rumo próprio, no contexto das nações. Países que investiram numa relação de dependência dos EUA, como o México, por exemplo, hoje pagam um alto preço econômico e político pela decisão equivocada.

É do interesse nacional do Brasil manter uma política externa exitosa. O aprimoramento das relações Brasil-EUA, sempre conveniente, deve se balizar pelas diretrizes dessa política, e não pelo desejo ideológico de setores conservadores, que ainda não entenderam o que aconteceu no Brasil e no mundo.

Não nos deslumbremos, portanto, com essa pirotecnia ideológica da velha mídia, até mesmo porque, espetáculo por espetáculo, certamente os shows da Shakira terão maior sucesso.

Dr. Rosinha, médico pediatra, é deputado federal (PT-PR) e ex-presidente do Parlamento do Mercosul

PS do Viomundo: Hoje, ouvindo a CBN no táxi, capturei o caco de um comentário segundo o qual o Brasil tinha se tornado “adulto” e, portanto, o PT carioca tinha razão ao desencorajar manifestações contra Obama. Vejam bem, caros leitores, o Brasil tinha se tornado “adulto” aparentemente por receber o Obama, quando todos sabemos que se isso de fato aconteceu foi como resultado de uma política externa independente e soberana. Perigas de o PT, em sua nova encarnação, pedir silêncio obsequioso ao deputado Rosinha.

 

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“Obama foi anulado pelo conservadorismo de bordel dos EUA”

Posted by Liberdade Aqui! em 17/03/2011

Via blog da Maria Frô

Conceição Tavares: Obama, perdeu playboy!

 

“Obama foi anulado pelo conservadorismo de bordel dos EUA”

Carta Maior

17/03/2011

Em entrevista exclusiva à Carta Maior, a economista Maria da Conceição Tavares fala sobre a visita de Obama ao Brasil, a situação dos Estados Unidos e da economia mundial. Para ela, a convalescença internacional será longa e dolorosa. A razão principal é o congelamento do impasse econômico norte-americano, cujo pós-crise continua tutelado pelos interesses prevalecentes da alta finança em intercurso funcional com o moralismo republicano. ‘É um conservadorismo de bordel’, diz. E acrescenta: “a sociedade norte-americana encontra-se congelada pelo bloco conservador, por cima e por baixo. Os republicanos mandam no Congresso; os bancos tem hegemonia econômica; a tecnocracia do Estado está acuada”.

Redação

Quando estourou a crise de 2007/2008, ela desabafou ao Presidente Lula no seu linguajar espontâneo e desabrido: “Que merda, nasci numa crise, vou morrer em outra”. Perto de completar 81 anos – veio ao mundo numa aldeia portuguesa em 24 de abril de 1930 – Maria da Conceição Tavares, felizmente, errou. Continua bem viva, com a língua tão afiada quanto o seu raciocínio, ambos notáveis e notados dentro e fora da academia e esquerda brasileira. A crise perdura, mas o Brasil, ressalta com um sorriso maroto, ao contrário dos desastres anteriores nos anos 90, ‘saiu-se bem desta vez, graças às iniciativas do governo Lula’.

A convalescença internacional, porém, será longa, adverte. “E dolorosa”. A razão principal é o congelamento do impasse econômico norte-americano, cujo pós-crise continua tutelado pelos interesses prevalecentes da alta finança em intercurso funcional com o moralismo republicano. ‘É um conservadorismo de bordel’, dispara Conceição que não se deixa contagiar pelo entusiasmo da mídia nativa com a visita do Presidente Barack Obama, que chega o país neste final de semana.

Um esforço narrativo enorme tenta caracterizar essa viagem como um ponto de ruptura entre a ‘política externa de esquerda’ do Itamaraty – leia-se de Lula , Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães – e o suposto empenho da Presidenta Dilma em uma reaproximação ‘estratégica’ com o aliado do Norte. Conceição põe os pingos nos is. Obama, segundo ela, não consegue arrancar concessões do establishment americano nem para si, quanto mais para o Brasil. ‘Quase nada depende da vontade de Obama, ou dito melhor, a vontade de Obama quase não pesa nas questões cruciais. A sociedade norte-americana encontra-se congelada pelo bloco conservador, por cima e por baixo. Os republicanos mandam no Congresso; os bancos tem hegemonia econômica; a tecnocracia do Estado está acuada”. O entusiasmo inicial dos negros e dos jovens com o presidente, no entender da decana dos economistas brasileiros, não tem contrapartida nas instâncias onde se decide o poder americano. “O que esse Obama de carne e osso poderia oferecer ao Brasil se não consegue concessões nem para si próprio?”, questiona e responde em seguida: ‘Ele vem cuidar dos interesses americanos. Petróleo, certamente. No mais, fará gestos de cortesia que cabem a um visitante educado’.

O desafio maior que essa discípula de Celso Furtado enxerga é controlar “a nuvem atômica de dinheiro podre” que escapou com a desregulação neoliberal – “e agora apodrece tudo o que toca”. A economista não compartilha do otimismo de Paul Krugman que enxerga na catástrofe japonesa um ponto de fuga capaz, talvez, de exercer na etapa da reconstrução o mesmo efeito reordenador que a Segunda Guerra teve sobre o capitalismo colapsado dos anos 30. “O quadro é tão complicado que dá margem a isso: supor que uma nuvem de dinheiro atômico poderá corrigir o estrago causado por uma nuvem nuclear verdadeira. Respeito Krugman, mas é mais que isso: trata-se de devolver o dinheiro contagioso para dentro do reator, ou seja, regular a banca. Não há atalho salvador’.

Leia a seguir a entrevista exclusiva de Maria da Conceição Tavares à Carta Maior.

CM- Por que Obama se transformou num zumbi da esperança progressista norte-americana?

Conceição – Os EUA se tornaram um país politicamente complicado… o caso americano é pior que o nosso. Não adianta boas idéias. Obama até que as têm, algumas. Mas não tem o principal: não tem poder, o poder real; não tem bases sociais compatíveis com as suas idéias. A estrutura da sociedade americana hoje é muito, muito conservadora –a mais conservadora da sua história. E depois, Obama, convenhamos, não chega a ser um iluminado. Mas nem o Lula daria certo lá.

CM- Mas ele foi eleito a partir de uma mobilização real da sociedade….

Conceição – Exerce um presidencialismo muito vulnerável, descarnado de base efetiva. Obama foi eleito pela juventude e pelos negros. Na urna, cada cidadão é um voto. Mas a juventude e os negros não tem presença institucional, veja bem, institucional que digo é no desenho democrático de lá. Eles não tem assento em postos chaves onde se decide o poder americano. Na hora do vamos ver, a base de Obama não está localizada em lugar nenhum. Não está no Congresso, não tem o comando das finanças, enfim, grita, mas não decide.

CM – O deslocamento de fábricas para a China, a erosão da classe trabalhadora nos anos 80/90 inviabilizaram o surgimento de um novo Roosevelt nos EUA?

Conceição – Os EUA estão congelados por baixo. Há uma camada espessa de gelo que dissocia o poder do Presidente do poder real hoje exercido, em grande parte, pela finança. Os bancos continuam incontroláveis; o FED (o Banco Central americano) não manda, não controla. O essencial é que estamos diante de uma sociedade congelada pelo bloco conservador, por cima e por baixo. Os republicanos mandam no Congresso; os bancos tem hegemonia econômica; a tecnocracia do Estado está acuada…

CM- É uma decadência reversível?

Conceição – É forçoso lembrar, ainda que seja desagradável, que os EUA chegaram a isso guiados, uma boa parte do caminho, pelas mãos dos democratas de Obama. Foram os anos Clinton que consolidaram a desregulação dos mercados financeiros autorizando a farra que redundou em bolhas, crise e, por fim, na pasmaceira conservadora.

CM – Esse colapso foi pedagógico; o poder financeiro ficou nu, por que a reação tarda?

Conceição – A sociedade americana sofreu um golpe violento. No apogeu, vendia-se a ilusão de uma riqueza baseada no crédito e no endividamento descontrolados. Criou-se uma sensação de prosperidade sobre alicerces fundados em ‘papagaios’ e pirâmides especulativas. A reversão foi dramática do ponto de vista do imaginário social. Um despencar sem chão. A classe média teve massacrados seus sonhos do dia para noite. A resposta do desespero nunca é uma boa resposta. A resposta americana à crise não foi uma resposta progressista. Na verdade, está sendo de um conservadorismo apavorante. Forças e interesses poderosos alimentam essa regressividade. A tecnocracia do governo Obama teme tomar qualquer iniciativa que possa piorar o que já é muito ruim. Quanto vai durar essa agonia? Pode ser que a sociedade americana reaja daqui a alguns anos. Pode ser. Eles ainda são o país mais poderoso do mundo, diferente da Europa que perdeu tudo, dinheiro, poder, auto-estima… Mas vejo uma longa e penosa convalescença. Nesse vazio criado pelo dinheiro podre Obama flutua e viaja para o Brasil.

CM – Uma viagem cercada de efeitos especiais; a mídia quer demarcá-la como um divisor de águas de repactuação entre os dois países, depois do ‘estremecimento com Lula’. O que ela pode significar de fato para o futuro das relações bilaterais?

Conceição – Obama vem, sobretudo, tratar dos interesses norte-americanos. Petróleo, claramente, já que dependem de uma região rebelada, cada vez mais complexa e querem se livrar da dependência em relação ao óleo do Chávez. A política externa é um pouco o que sobrou para ele agir, ao menos simbolicamente.

CM – E o assento brasileiro no Conselho de Segurança?

Conceição – Obama poderá fazer uma cortesia de visitante, manifestar simpatia ao pleito brasileiro, mas, de novo, está acima do seu poder. Não depende dele. O Congresso republicano vetaria. Quase nada depende da vontade de Obama, ou dito melhor, a vontade de Obama quase não pesa nas questões cruciais.

CM – Lula também enfrentou essa resistência esfericamente blindada, mas ganhou espaço e poder…

Conceição – Obama não é Lula e não tem as bases sociais que permitiriam a Lula negociar uma pax acomodatícia para avançar em várias direções. A base equivalente na sociedade americana, os imigrantes, os pobres, os latinos, os negros, em sua maioria nem votam e acima de tudo estão desorganizados. Não há contraponto à altura do bloco conservador, ao contrário do caso brasileiro. O que esse Obama de carne e osso poderia oferecer ao Brasil se não consegue concessões nem para si próprio?

CM – A reconstrução japonesa, após a tragédia ainda inconclusa, poderia destravar a armadilha da liquidez que corrói a própria sociedade americana ? Sugar capitais promovendo um reordenamento capitalista, como especula Paul Krugman?

Conceição – A situação da economia mundial é tão complicada que dá margem a esse tipo de especulação. Como se uma nuvem atômica de dinheiro pudesse consertar uma nuvem atômica verdadeira. Não creio. Respeito o Krugman, mas não creio. O caminho é mais difícil. Trata-se de devolver a nuvem atômica de dinheiro para dentro do reator; é preciso regular o sistema, colocar freios na especulação, restringir o poder do dinheiro, da alta finança que hoje campeia hegemônica. É mais difícil do que um choque entre as duas nuvens. Ademais, o Japão eu conheço um pouco como funciona, sempre se reergueu com base em poupança própria; será assim também desta vez tão trágica. Os EUA por sua vez, ao contrário do que ocorreu na Segunda Guerra, quando eram os credores do mundo, hoje estão pendurados em papagaios com o resto do mundo –o Japão inclusive. O que eles poderiam fazer pela reconstrução se devem ao país devastado?

CM – Muitos economistas discordam que essa nuvem atômica de dinheiro seja responsável pela especulação, motivo de índices recordes de fome e de preços de alimentos em pleno século XXI. Qual a sua opinião?

Conceição – A economia mundial não está crescendo a ponto de justificar esses preços. Isso tem nome: o nome é especulação. Não se pode subestimar a capacidade da finança podre de engendra desordem. Não estamos falando de emissão primária de moeda por bancos centrais. Não é disso que se trata. É um avatar de moeda sem nenhum controle. Derivam de coisa nenhuma; derivativos de coisa nenhuma representam a morte da economia; uma nuvem nuclear de dinheiro contaminado e fora de controle da sociedade provoca tragédia onde toca. Isso descarnou Obama.

É o motor do conservadorismo americano atual. Semeou na America do Norte uma sociedade mais conservadora do que a própria Inglaterra, algo inimaginável para alguém da minha idade. É um conservadorismo de bordel, que não conserva coisa nenhuma. É isso a aliança entre o moralismo republicano e a farra da finança especulativa. Os EUA se tornaram um gigante de barro podre. De pé causam desastres; se tombar faz mais estrago ainda. Então a convalescença será longa, longa e longa.

CM – Esse horizonte ameaça o Brasil?

Conceição – Quando estourou a crise de 2007/2008, falei para o Lula: – Que merda, nasci numa crise mundial, vou morrer em outra… Felizmente, o Brasil, graças ao poder de iniciativa do governo saiu-se muito bem. Estou moderadamente otimista quanto ao futuro do país. Mais otimista hoje do que no começo do próprio governo Lula, que herdou condições extremas, ao contrário da Dilma. Se não houver um acidente de percurso na cena externa, podemos ter um bom ciclo adiante.

CM – A inflação é a pedra no meio do caminho da Dilma, como dizem os ortodoxos?

Conceição – Meu temor não é a inflação, é o câmbio. Aliás, eu não entendo porque o nosso Banco Central continua subindo os juros, ainda que agora acene com alguma moderação. Mas foram subindo logo de cara! Num mundo encharcado de liquidez por todos os lados, o Brasil saiu na frente do planeta… Subimos os juros antes dos ricos, eles sim, em algum momento talvez tenham que enfrentar esse dilema inflacionário. Mas nós? Por que continuam a falar em subir os juros se não temos inflação fora de controle e a prioridade número um é o câmbio? Não entendo…

CM – Seria o caso de baixar as taxas?

Conceição – Baixar agora já não é mais suficiente. Nosso problema cambial não se resolve mais só com inteligência monetária. Meu medo é que a situação favorável aqui dentro e a super oferta de liquidez externa leve a um novo ciclo de endividamento. Não endividamento do setor público, como nos anos 80. Mas do setor privado que busca lá fora os recursos fartos e baratos, aumentando sua exposição ao risco externo. E quando os EUA subirem as taxas de juros, como ficam os endividados aqui?

CM – Por que o governo hesita tanto em adotar algum controle cambial?

Conceição – Porque não é fácil. Você tem um tsunami de liquidez externa. Como impedir as empresas de pegarem dinheiro barato lá fora? Vai proibir? Isso acaba entrando por outros meios. Talvez tenhamos que implantar uma trava chilena. O ingresso de novos recursos fica vinculado a uma permanência mínima, que refreie a exposição e o endividamento. Mas isso não é matéria para discutir pelos jornais. É para ser feito. Decidir e fazer.

CM – A senhora tem conversado com a Presidenta Dilma, com Lula?

Conceição – O governo está começando; é preciso dar um tempo ao tempo. Falei com Lula recentemente quando veio ao Rio. Acho que o Instituto dele está no rumo certo. Deve se debruçar sobre dois eixos fundamentais da nossa construção: a questão da democracia e a questão das políticas públicas. Torço para que o braço das políticas públicas tenha sede no Rio. O PT local precisa desse empurrão. E fica mais perto para participar.

 

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Economia será o principal foco de Obama no Brasil.

Posted by Liberdade Aqui! em 16/03/2011

Do Sul 21

Obama vem ao Brasil de olho na produção brasileira de petróleo e de biocombustíveis

Rachel Duarte

Se na sua terra natal o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama está com a popularidade em baixa, no Brasil ele terá uma boa oportunidade de voltar a sentir o afago popular. Juntamente com a Missão Diplomática dos EUA que visita o Brasil, o Chile e El Salvador, Obama será recebido primeiro pela presidenta brasileira Dilma Rousseff no próximo final de semana, 19 e 20 de março. Será a primeira visita de Obama ao Brasil, e o país anfitrião não está economizando em pompa na recepção do primeiro presidente negro, eleito para comandar a potência econômica mundial.

Segundo informações da Casa Branca, a economia será o principal foco de Obama no Brasil. O potencial brasileiro na produção petrolífera deve ser a base da conversa entre o presidente americano e a presidenta Dilma, assim como dos ministérios das Relações Exteriores dos dois países.

“O Brasil está se tornando um dos principais negociadores no mercado global de energia com a recente descoberta do pré-sal”, afirmou nesta terça-feira (15), Jay Carney porta-voz da Casa Branca.

O roteiro de Obama no Brasil

Barack Obama chega ao país no sábado (19) acompanhado da mulher, Michelle Obama, e das duas filhas, Malia e Sasha. Obama desembarcará na Base Aérea de Brasília às 8h. Por volta de 10h, ele será recebido por Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.

De acordo com o protocolo da Presidência da República, Obama subirá a rampa do Planalto, após revista de tropas, para cumprimentar a presidenta brasileira e ouvir o hino do Brasil. Ele será saudado com uma salva de canhões.

Após a recepção, Dilma e Obama entram no Salão Nobre do Planalto para cumprimentar as delegações dos dois países e tirar fotografias. A comitiva do presidente dos Estados Unidos terá cerca de mil pessoas, mas apenas as principais autoridades, como os ministros de Estado, serão recebidas no Planalto.

Às 10h30, Obama e Dilma participam de reunião privada, acompanhados dos ministros de Relações Exteriores dos dois países. A previsão é de que pelo menos dez atos sejam assinados.

Acordos bilaterais

Entre os acordos a serem assinados está um que permitirá ao brasileiro que vive nos Estados Unidos contabilizar o tempo de trabalho exercido nos dois países para efeito de benefícios de aposentadoria. Com o acordo, o brasileiro residente em território norte-americano receberá, proporcionalmente ao tempo de serviço, aposentadorias dos dois países.

Está prevista também a assinatura de acordo de atuação conjunta dos EUA e do Brasil no desenvolvimento de países africanos, e outro que estimulará as trocas comerciais entre os dois países.

Estados Unidos e Brasil também estudam flexibilizar regras de concessão de vistos. No entanto, segundo o Itamaraty, a exigência de visto para ingressar nos Estados Unidos não será extinta.

Após a assinatura de atos, Dilma e Obama farão uma declaração conjunta à imprensa. O governo ainda avalia a possibilidade de permitir que jornalistas brasileiros e norte-americanos façam duas perguntas aos dois governantes.

Por volta de 13h, Obama e Dilma se dirigem ao Itamaraty. Antes de almoçar e fazer um breve discurso, eles visitarão o Fórum de Altos Executivos, na sala Ruy Barbosa, no próprio Ministério de Relações Exteriores. Lá, os presidentes ouvirão um discurso de um dos executivos presentes ao fórum.

Depois de almoçar, Obama participa, às 14h45, da Cúpula de Negócios Brasil-EUA, no Brasil 21. O evento é organizado pela Confederação Nacional da Indústria. Segundo informações da embaixada dos Estados Unidos, Obama falará da conjuntura econômica global e dos investimentos de seu país no Brasil.

Por volta de 18h, Dilma pode oferecer um jantar restrito ao presidente dos EUA e à família dele no Palácio da Alvorada. Obama segue no mesmo dia para o Rio de Janeiro.

Agenda social no RJ

No domingo (20), Obama seguirá para o Rio de Janeiro, onde visitará visita uma Unidade de Polícia Pacificadora e fará um discurso ao público na Cinelândia, praça no Centro do Rio.

De acordo com notas divulgadas pelas assessorias da prefeitura e do governo do estado do Rio de Janeiro, o evento, que acontecerá à tarde, será gratuito, aberto ao público e direcionado a todos os brasileiros, com entrada a partir das 11h30. O discurso do presidente americano será traduzido.

O Governo do Rio está usando o Facebook para convidar o público para o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Cinelândia, no Centro do Rio, no próximo domingo (20). O perfil do governo na rede social criou um evento, que até o fim da manhã desta terça-feira (15), tinha 100 pessoas confirmadas.

Após os eventos oficiais no RJ, Obama e a família têm um fim de tarde “de compromissos privados” na cidade.

Mensagens de boas-vindas

O site da Embaixada dos Estados Unidos (www.obamabr.org) foi alterado para facilitar o acesso as informações sobre a visita de Barack Obama aos países da América do Sul. A página divulga informações sobre a primeira visita do presidente Barack Obama ao Brasil, convida os internautas para que enviem mensagens em formato de vídeo ou texto para dar as boas-vindas ao presidente.

O site sugere que os participantes sejam criativos, “pois poderão ganhar um prêmio”.

Nos outros países

Em El Salvador, Obama se reunirá com o presidente Mauricio Funes para tratar sobre o desenvolvimento e a segurança. Antes, no Chile, o presidente americano deve reunir-se com o presidente Sebastián Piñera, com o qual abordará a cooperação econômica, e pronunciará um discurso sobre a América Latina.

*Texto com informações do G1 e da Carta Capital.

Veja também:

A opinião de especialistas em relações internacionais sobre a vinda de Obama ao Brasil

 

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OLIVER STONE FALA O QUE É O PIG PARA O PIG

Posted by Liberdade Aqui! em 27/05/2010

Via Blog da Cidadania

FOLHA DE SÃO PAULO – 27/05/2010

OLIVER STONE DIZ QUE LULA NÃO DEVE CONFIAR EM ELOGIOS DE OBAMA

Oliver Stone

O cineasta americano Oliver Stone (“Platoon”, “JFK”, entre outros) chega ao Brasil na segunda, 31, para lançar “Ao Sul da Fronteira”, documentário sobre sete presidentes da América Latina – com destaque para o venezuelano Hugo Chávez, de quem é admirador. Por telefone, de seu escritório, em Los Angeles, Stone falou à coluna:

Folha – Como é Chávez?

Oliver Stone – Ele é muito acolhedor e amoroso. As notícias sobre ele nos EUA têm sido muito negativas, porque ele mudou as regras. Fez coisas que nenhum outro, exceto Fidel] Castro, havia feito. Ele tem feito coisas novas, assim como Nestor Kirchner na Argentina e Lula no Brasil. Como Cristina Kierchner diz no filme, as pessoas que estão no poder na América do Sul têm o semblante do povo que as elegeu. Hugo Chávez é um soldado e obviamente tem algumas das faolhas de um soldado. Lula é um sindicalista e tem algumas das falhas de um sindicalista. Mas ambos representam uma grande mudança. E eu espero que dê certo. Porque é o desejo de controlar o seu próprio destino, de ser levado a sério, de não ser ignorado.

O filme é pró-Chávez?

Não é pró-Chávez. Apenas mostra honestamente o que ele está fazendo e o que estão dizendo sobre ele. Não é um documentário longo que vai defender tudo, é uma “roadtrip”. Se fosse pró-Chávez, ele teria três horas a mais.

O presidente Hugo Chávez tenta controlar a mídia na Venezuela…
[Interrompendo] Não mesmo. 80% da mídia na Venezuela é privada, dirigida por ricos que falam mal do governo. Chávez brigou pela liberdade de expressão. Alguns canais e revistas convocaram greves e chamaram as pessoas para um golpe de Estado em 2002. Em meu país, se você fizer isso, sua licença [de TV] será retirada.

Há relatos de jornalistas sobre a pressão do governo.
Estou falando do que vi e ouvi. O governo respeita a liberdade de imprensa, exceto nos casos em que a mídia desrespeita a lei ou tenta um golpe. Aí as licenças das empresas de comunicação não são renovadas. A maioria das TVs do país é dirigida por lunáticos, caras de direita que perderam seu poder quando Chávez nacionalizou o petróleo. É uma das imprensas mais histéricas que já vi.

O sr. desaprova algo no governo de Chávez?
Ele comete erros assim como qualquer outro governo do mundo. Mas 75% votaram nele em 2006. Nos EUA, a votação de Obama não chegou nem perto. Você não tem ideia de quão pobre era a Venezuela antes de Chávez. Parte por causa do neoliberalismo praticado, inclusive, no seu país, o Brasil. Washington e o FMI não têm interesse, de coração, nas pessoas. Chávez, Lula, Kirchner, [o boliviano Evo] Morales têm. E pagam o preço sendo criticados por pessoas que têm dinheiro e controlam a mídia.

No filme, Lula diz que só quer ser tratado com igualdade. Ele está sendo?
Por quem?

Por líderes do mundo.
Não. Ele e os outros líderes da América do Sul ainda são ignorados. Eu admiro muito o Lula. Ele fez uma coisa nobre indo ao Irã. Ele está tentando manter a sanidade, manter suas posições. Os americanos e europeus acreditam que podem controlar o mundo. Lula representa uma terceira via, de quem não quer a guerra, um caminho fora dessa loucura. Os EUA costumam dizer que Chávez é a má esquerda e Lula, a boa. Isso é nonsense. Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha.

Ele disse que Lula é “o cara”.
Eu não confiaria nos EUA. Os americanos sempre jogaram com os brasileiros desde que pudessem controlá-los. Apoiaram o golpe militar no país em 1964. O Brasil sempre esteve no bolso de trás dos EUA, mas agora eles têm que ser mais espertos. Sabem que não podem controlar o Brasil. E Lula é muito importante. Ele se dá com Chávez, com os Kirchner, e com a Colômbia, o Peru e o México, que são aliados dos Estados Unidos.

E Obama?
Nós estamos tentando. Ele é um homem racional, ético, mas faz parte de um grande sistema. Se ele não estivesse lá, estaria John McCain ou Sarah Palin. Você prefere eles? Eu não. Mas, em relação à América Latina, Obama está jogando o mesmo jogo. A reação americana ao golpe em Honduras foi típica.

O sr. vai fazer um documentário sobre o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad?
Não estou pensando nisso no momento. Houve um problema de comunicação. Eu quis fazer o filme, e ele [Ahmadinejad] não quis. Quando ele quis, eu estava fazendo o filme “W”, sobre George W. Bush. (LÍGIA MESQUITA)

“Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha.”

“A maioria das TVs da Venezuela é dirigida por lunáticos de direita. É uma das imprensas mais histéricas que já vi.”
OLIVER STONE

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